O jardineiro Francisco Craret dos Santos, 46 anos, foi encontrado morto numa pequena estrada particular proximo à granja Paciulli, no bairro Santa Edwiges, ontem a noite. Chico Mara, como era conhecido pelos seus jeitos, trajes e trejeitos afeminados apresentava fraturas e sangramentos na cabeça.
Nos levantamentos preliminares nas proximidades do local do macambuzio crime, a policia militar encontrou o andante Renam Donizeti Tomas, o qual, em pelo menos uma ocasião nesta semana, fora visto na companhia do jardineiroo e o conduziu para a delegacia como suspeito do infausto crime.
No entanto, o indigente que estava vivendo numa tapera proxima do local do encontro do cadáver, jurou de pés juntos que era inocente e como não havia nenhuma testemunha ocular do crime ou prova contundente de sua autoria, ele foi apenas detido durante a madrugada e entregue ao delegado da Especializada de Homicidios, Gilson Baldassari pela manhã. Ao experiente delegado e sua equipe composta pelos detetives Alberto, Ozanam e Andreia, o jovem que ‘diz’ chamar-se Renam e ter vindo de Poços de Caldas ha uma semana, continuou negando a autoria do crime, apesar de trazer no peito alguns arranhoes que ele dizia ter conseguido ao passar por entre uma cerca de arame farpado.
Como era a unica pista de que dispunha, Gilson resolveu levar o indigente ao IML a fim de colher material para exame de DNA nas suas escoriações e comparar com o sangue do morto. Vendo-se acuado e novamente interrogado pelo delegado, Renan Donizete decidiu ‘dar o serviço’. Levado ao local do funesto crime, o andante contou com detalhes como e porque matara o travesti. Disse ele que estava quieto no seu canto voltando para casa quando foi seguido por Chico Mara, que queria a todo custo manter relações sexuais com ele, por isso, depois de tentar se desvenciliar dele e de suas unhas, bateu em sua cabeça com uma pedra até desfalecê-lo.
Chico Mara, apesar de assumidamente afeminado, não tinha medo da enxada de cabo curto. Pegava no pesado. Trabalhava todo dia no cabo da enxada carpindo roças, lotes, terrenos baldios e fazia jardinagem com o irmão “Dito Andorinha”. Apesar dos trejeitos e trajes extravagantes, o jardineiro Francisco, que a noite virava “Chico Mara”, era uma pessoa alegre, inofensiva, respeitada e muito bem quista no bairro em que morava ha mais de 20 anos, afirmou o irmão.
Renam Donizeti Tomas, sem eira, sem beira, sem lenço e sem documentos, sentou-se ao piano da escrivã Andreia no final da tarde desta terça e assinou o 121. Agora ele não é mais um indigente… é um respeitável hospede do Hotel do Juquinha pelos proximos seis anos….!!
Bom.