A tarde se foi e a noite começou baixar lentamente seu véu. Tentando encontrar um local que lhe permitisse melhor visão do mato e de qualquer coisa que se movesse, o policial se levantou de arma em punho. Ao dar o primeiro passo ouviu passos a poucos metros dali. Parou e ordenou;
– “Quem está aí, pare ou eu atiro”. Nem o mestre Alfred Hithcock colocaria tanto suspense em seus filmes. O vulto na penumbra parou. Parou os passos mas levantou o braço e neste instante dois disparos cortaram o espaço. O vulto caiu mas não esquentou o chão. Levantou-se e saiu correndo por entre as moitas de capim e assa-peixe. O policial correu alguns passos atrás. A noite pareceu baixar abruptamente seu manto negro e o vulto se misturou com os arbustos. Ele achou mais prudente se proteger e voltou a se jogar ao chão.
Três meses depois daquela curta troca de tiros entre o policial e o facínora na beira do rio, um pescador voltava desconsolado para casa com o samburá vazio e a vara no ombro quando ao desviar de um galho de ingazeiro, avistou uma sacolinha pendurada na arvore. Como teria vindo parar ali? Alguém teria feito uma brincadeira. Teria sido obra da enchente que passara por ali no inicio do ano? Cutucou com a vara de pescar e de repente… cordões de ouro, anéis, pulseiras, brincos e outras jóias despencaram em sua cabeça.
O que fazer com tanta jóia? Comprar um carro novo e levar a namorada ao cinema? Levar para a delegacia….?
Leia agora a terceira e ultima – e mais longa – parte de “Os últimos dias de Fernando da Gata”