A velha e estonteante Cannabis Sativa de Lineu, popularmente conhecida por maconha, erva marvada ou maldita, fumacinha do diabo… há muito perdeu seu trono para a pedra bege fedorenta entre as drogas mais baratas. Para se manter no mercado teve que sujeitar-se a ser vendida a R$ 1 real a baranga, um enroladinho que dá para passar de mao em mao numa pracinha ou quebrada qualquer da noite e espalhar seu adocicado cheiro de erva verde queimada denotando sua presença. Apesar do baixo preço, cultivá-la no quintal ou em terrenos baldios ainda é mais barato e menos arriscado do que ir buscá-la nas ‘bocas de fumo’. No entanto, mesmo cultivando como planta ornamental…é crime, previsto no artigo 33 da Lei Antidrogas.
Semana passada policiais militares passavam pela Alameda Coelho Neto em São Lourenço, quando viram dois guampudos saindo de um terreno baldio com pintas de somongós e resolveram abordá-los. Eles estavam ‘limpos’ mas no terreno do qual sairam, os policiais encontraram dois vasos plasticos com dois pés da erva marvada ainda tenra, crescendo com agua que os dois moços, um de 16 e outro de 29 anos, levavam todo dia.
Feiúra maior vinha fazendo o cidadão sem terra B.N.S., 35 anos, em Agudos, interior paulista. Ele aproveitava o acampamento do MST em que morava para plantar maconha. A erva era cultivada em vasos de bambu, como se fossem objetos de decoração e distribuida para os noias da região. No acampamento do Movimento dos Sem Terra, a policia apreendeu 2 quilos da erva maldita, dez pedras beges fedorentas, um revolver, duas motos e peças de veiculos. Apesar de ganhar uma grana extra com o trafico de drogas, o ‘sem terra e sem lei’, recebia alimentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria.
Bem, para quem acompanha a trajetoria do MST nos ultimos anos, o comportamento do sem terra, defensor da bandeira vermelha mas sem cara vermelha, não é nenhuma novidade…