A pergunta de novela já tem resposta. Com a prisão do motoboy e assaltante nas horas vagas, Jéferson Rodrigues Marçal Carreiro, o “PERREIO”, a Delegacia de Homicídios de Pouso Alegre já tem quase todas as cartas na mesa. Agora só falta acareá-lo com BARÃO, preso na semana seguinte ao latrocínio que tirou a vida do agricultor Marcelo Andrade de castro em abril ultimo.
O crime
O comerciante Jose Conceição Macedo, 54 anos, morador do Jardim Aeroporto tinha um carro meia vida para vender. O agricultor Marcelo A. de Castro 23, residente em Estiva tinha o dinheiro e queria comprar. Combinaram o preço – R$ 11 mil – e o local da transação; defronte a casa do vendedor. Quando Marcelo chegou com a guaiaca recheada, Jose Conceição deu uma desculpa qualquer e se afastaram do local no próprio carro que seria negociado. Depois de alguns minutos rodando pelas ruas do bairro como se estivessem esperando ou procurando alguém, pararam para fechar o negocio. Neste momento apareceram dois intermediários montados numa motocicleta. Um deles sacou o trezoitão e sem nenhuma proposta puxou o gatilho na direção do jovem agricultor que tombou agonizante e tomaram a guaiaca com o dim-dim. Marcelo foi socorrido ao PS mas não resistiu à hemorragia e foi sepultado no dia seguinte em Estiva.
As investigações da PC
As investigações feitas pelos detetives Alberto, Teobaldo, Balca, Carlos e Elon sob orientação do delegado Gilson Baldassaris, apontaram para Jéferson “Perreio” Rodrigues Marçal Carreiro, Anderson “Barão” Lopes do Prado, os motoqueiros, com participação de Jose Conceição Macedo e do seu sobrinho Círio, que teriam armado a emboscada para tomar o dinheiro do agricultor. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pelo homem da capa preta a pedido do delegado Gilson. Interrogado, Jose Macedo, o vendedor, jurou de pés juntos que era inocente e queria apenas vender o carro, mas não explicou porque o negocio não foi fechado num local convencional, banco, num escritório ou na casa do comprador. Barão, figurinha fácil no album da policia foi preso na semana seguinte e desfiou a mais velha das ladainhas; “… Eu não sabia de nada. Perreio me convidou para fazer uma fita mas não disse o que era. De repente sacou a arma e atirou no rapaz e nós pegamos o dinheiro”.
Ao saber da prisão do comparsa Barão, Perreio ficou muito aperreado e resolveu sair de cena. Foi se esconder atrás da serra do cajuru. Quatro meses depois, sentindo a poeira baixar, resolveu retomar a rotina. Encheu o tanque da motoca e voltou a trabalhar de motoboy no São João. Afinal, dentro do capacete, quem é que vai ver sua cara feia? Alguém viu e digitou 190. Ele foi preso pela PM e ao sentar-se ao piano do delegado de Homicidios, deu a sua – esperada – versão da ladainha; “ Eu fui contratado pelo Barão para fazer um carreto e não sabia de nada. De repente ele mandou parar, atirou no cara dentro do carro e pegou a bolsa com o dinheiro…”.
Para esclarecer quem disparou as azeitonas quentes no agricultor, o delegado Gilson Baldassari deverá fazer a acareação entre Perreio e Barão, que atualmente se hospeda na Penitenciaria Dutra Ladeira em Belo Horizonte. Mas o delegado já tem uma pista; Em suas declarações há quatro meses Barão tentou envenenar o parceiro contra a policia; “Perreio não vai se entregar fácil. Ele esta disposto a trocar tiros com a policia para não ser preso…”, supondo que com isso a policia atirasse primeiro. Com o comparsa morto, Barão não teria a principal testemunha para acusa-lo. Bem, quem puxou o gatilho não faz muita diferença. Ambos responderão por latrocínio. Se houve a efetiva participação de Círio e Conceição, os quatro responderão também por formação de quadrilha.