“Prisão domiciliar… Minha doce prisão”

O preso só tem que usar uma tornozeleira eletrônica para, no caso de estar sendo monitorado pelo sistema prisional ou por um funcionário da execução penal, o juiz saber onde ele está.

Geddel, recepcionado pela mulher com banquete na nova prisão!

A “Prisão Domiciliar” que está virando moda no Brasil, especialmente para os políticos e tubarões que abocanham sem dó o dinheiro publico, é tão doce que a mulher de um desses presos gastou uma nota no supermercado: comprou vinhos, whisky, queijos finos, caviar e outras iguarias, para comemorar a transferência do marido de cadeia. E não é para menos! A nova cadeia é uma mansão com quadra de tênis, sauna, churrasqueira, piscina e tudo mais que o dinheiro – dos outros – pode comprar. O preso que foi recepcionado com banquete na nova prisão é Geddel Vieira Lima, político baiano do PMDB, ex-ministro de Dilma e ex-ministro de Temer. No mês passado, depois de passar dez dias no presidio da Papuda em Brasilia, Geddel foi transferido para essa ‘prisão’, no Jardim Apipema, em Salvador!
No caso do nosso ilustre preso, digno de fausto banquete de boas vindas, ele nem está usando tornozeleira, pois o acessório está em falta no mercado!

Esse é o nosso querido Brasil, onde os políticos estufam o peito para defender e tirar seus pares das garras da justiça, como se isso fosse perfeitamente natural! Como se isso fosse heroico!
Na esteira de casos sarcásticos como esse do ex-ministro Gedel Vieira Lima, estão outras grandes figuras molhadas, encardidas e ensaboadas na Operação Lava Jato. É assim que homens públicos, que deveriam representar o povo que os elegeu e administrar bilhões de reais de impostos, – investindo em obras, saúde, segurança, educação… – estão vivendo: em prisão domiciliar.
Delcidio do Amaral, o ex-senador petista, que representava o estado do Mato Grosso do Sul, o primeiro a sair do Senado com pulseiras de prata, no dia 25 de novembro de 2105, depois de uns meses vendo o sol nascer quadrado como qualquer mortal, mudou de regime prisional. Continua preso, mas no seu domicilio, ou seja: em casa. Só pode ir até o quintal… Só que o quintal é uma fazenda no Pantanal matogrossense!
Nestor Cerveró, aquele que consegue usar farol baixo e farol alto ao mesmo tempo, ex-diretor da Petrobras, também não pode se queixar da sua prisão: ele cumpre pena num condomínio fechado, com apenas nove casas, no bairro de Itaipava no município de Petrópolis. – A única coisa ruim é a cerveja…!
Outro ex-diretor, pioneiro em delação premiada no caso que desviou alguns bilhões de reais da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também cumpre pena numa mansão em Itaipava. Só que ele recebeu um castigo: tem que prestar serviço comunitário! Todo dia deixa o conforto de sua mansão por algumas horas, para dar aulas gratuitas numa escola nas redondezas.

Mansão em Itaipava…


Fernando Baiano, outro operador da famosa e histórica Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história mundial, se ferrou! Depois de uns meses atrás das grades da carceragem da polícia federal em Curitiba, deixou a companhia dos ‘irmãos de caminhada’, e foi cumprir prisão domiciliar… num apartamento de cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca, de frente para o mar! Uma solidão de dar dó! Mas Fernando Baiano conseguiu companhia. Mudou-se para uma casa no mesmo bairro, montou uma Academia de ginastica para se manter em forma, e ainda ganha uns trocados com sua clientela! E tem outros tantos pobres diabos condenados sofrendo por aí nessas prisões domiciliares, sem poder sair de casa…!
Meu amigo Zeca Juru, um mineirinhobãodimaisdaconta, que mora com sua patroa Zefina numa casinha branca cercada de mimos, dálias e roseiras e ao pé da serra do cajuru, acha que essa tal “prisão domiciliar”, com tornozeleira, é uma piada! No entanto, na falta de espaço nos presídios, nos casos de crimes de ‘colarinho branco’, esses cometidos por políticos e seus apadrinhados, ele concorda com a prisão domiciliar! Mas, com certas condições:
– Eles teriam que cumprir a pena num desses palacetes do ‘programa’ “Minha Casa, Minha Vida”!
– Teriam que adquirir a própria casa, cujo valor não ultrapassa o da taxa de condomínio numa cobertura de frente para o mar;
– Teriam que se inscrever no programa e ficar esperando na fila de sorteio… como todo mundo;
– As casas teriam que ser padrão, de 54 a 60 metros quadrados de construção.
– Não poderiam naturalmente, comprar outros terrenos em volta, na intenção de construir piscinas, quadras de tênis, e outras ‘marajices’, como em Itaipava;
– A transação teria que ser transparente… Sem malas de dinheiro!
– E teria que ser um “Minha Casa, Minha Vida” autentico! Não poderia ser falso como o “Triplex do Guarujá!”… minha casa minha vida, um em cima do outro!
– Se forem cumprir a pena em Pouso Alegre, teriam que morar no Jardim Redentor, o mais distante possível do centro da cidade, para terem que pegar o ônibus da Princesa do Sul quando tiverem audiência no fórum
– Se for cumprir no Rio de Janeiro, já que gostam de opulência e boa vista, teria que ser na favela da Rocinha, assim, quando forem sacudidos por tiroteios no meio da madrugada, poderiam ouvir nas entrelinhas das balas de fuzis dos traficantes:
“Acorda senhor safado! Este é o Brasil que você ajudou a construir!”

0 thoughts on ““Prisão domiciliar… Minha doce prisão”

  1. Morar no Jardim Redentor, até que vai, agora ser transportado pelo ônibus da Princesa do Sul, aí sim, é cumprir pena de verdade!!!

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