Passava pouco das nove da noite de quarta quando um vulto soturno esgueirou-se ao lado de uma casa em construção no Jardim Mariosa e de repente… Saltou o muro! Era apenas uma casa em construção. Não havia muito o que roubar. Até porque, ele já visitara a mesma obra anteriormente com este mesmo objetivo… Passar a mão leve no alheio!
Na penumbra da casa em obras o gatuno procurou daqui, procurou dali, até que encontrou uma riscadeira e uma serra de mármore makita e deu-se por satisfeito. Não era muita coisa, mas daria para trocar por pelo menos três pedras beges fedorentas numa boca qualquer no velho Aterrado e aplacar a fissura.
Embalada a res furtiva para viagem, o gatuno pulou o muro de volta pra rua! Que azar!!! Neste exato momento passava por ali uma viatura da PM! Quase caiu direto no colo dos homens da lei! Imediatamente o gatuno recebeu as pulseiras de prata!
O ladrão da casa em construção era Ewerton Beraldo de Paiva, o “Porquinho”, 31, figurinha fácil no álbum da policia desde 2002, autor de vários roubos pés-de-couve e trafico formiguinha de drogas! Levado para a DP com sua camisa cor-sim-cor-não, “Porquinho” sentou ao piano do delegado de plantão e assinou o 155 qualificado.
Antes de pegar a ‘van’ de Cambui para o Hotel do Juquinha, pedi a ele para fazer uma foto atualizada para o Blog, mas Porquinho recusou-se e escondeu-se da minha câmera como namorado foge de namorada gravida! Tudo bem, direito dele… Mas o jornalista tem seus meios, direito meu!
Alias, aproveitando o gancho, convém deixar um lembrete aos senhores navegantes…! Nós brasileiros vivemos atualmente sob a égide da Carta Magna de 1988. A mesma Constituição que garante as liberdades individuais do cidadão – inclusive o cidadão infrator da lei, ou seja o meliante – garante também ao jornalista a “liberdade de imprensa”. Ou seja: Ninguém é obrigado a sorrir e fazer pose para fotografia para a imprensa…! Mas também ninguém pode impedir a imprensa de fazer o seu trabalho! Ninguém pode impedir o jornalista de contar o fato e mostrar os bigodes sorrateiros dos gatunos – e gatunas – de plantão!
E viva dona Carta Magna e a liberdade de imprensa…!