Cachoiêra de Minas continua lá…

Placa proxima
Placa distante
Esta crônica foi publicada aqui no Blog no dia 20 de outubro de 2011 com o titulo; “Retrato da educação no Brasil”. De lá para cá muitos carros passaram cantando pneus a poucos centímetros dela; muita agua passou no leito do Rio Sapucaí alguns metros abaixo; milhares de pessoas leram o ‘vacilo’; Cachoiera ganhou o mundo através do Blog… E nada mudou!

“Terminou outro dia a greve – recorde – de 112 dias dos professores de Minas. Aliás, terminou como todas as outras nos anos anteriores; com os professores com uma mão na frente e outra atrás. Enquanto isso, os estudantes brasileiros se formam, recebem seus canudos e ingressam  na faculdade ou no mercado de trabalho escrevendo assim:

A placa está ali a quinhentos metros da cidade de Santa Rita, saída para Pouso Alegre, na descida do bairro Serrinha, acima da ‘vivenda’ do “Psicoteca” – Aliás, ‘psicoteca’ é corruptela de ‘psicotécnica’, resultado da cultura ou incultura do Sr. Sebastião ao pronunciar tal palavra – há cinco anos, desde a conclusão das obras de recapeamento e ampliação da BR 459.

O erro não é somente gráfico, mas também fonético, afinal, cachoeiiiiiiiira soa bem diferente de cachoiêêêêêêêêra…

De quem é a culpa?

Do funcionário do DENIT/DER que mandou pintar a placa? Ou do ‘profissional’ que pintou a dita cuja? De ambos. E acrescento ainda mais dois culpados. O cidadão cachoeirense e a escola.

O funcionário do DENIT ou encarregado da obra deveria escrever no papel os dizeres a serem pintados e conferir a ‘obra’ depois de pronta. O ‘artista’ que pegou no pincel, se não sabia escrever, deveria consultar quem sabe antes de ‘pintar o sete’.

Tudo bem, não dá para esperar muito destes dois; um é empregado do governo e fiscalizando ou não a qualidade da obra, vai receber seu polpudo salário no fim do mês – Aliás, obra do DENIT… Põe polpudo nisso!!! O outro, tanto faz; cachoeira, cachoiera ou cachorreira… o que importa é que o dimdim ‘escorra’ para seu bolso.

Mas e o cidadão cachoeirense??? Por ali passam diariamente centenas de cachoeirenses todos os dias… Será que não sentem nem mesmo um arranhão no orgulho ao verem o nome de sua cidade escrito de forma errada? Ou será que nunca repararam?

Bem, se o cidadão ‘cachoierense’ não se importa em ver o nome de sua cidade deturpado, se o funcionário do DENIT não se importa em ver a competência do seu trabalho atestada e se o pintor de placas não se importa em pintar publicamente sua ignorância, desculpem-me. Deixem a placa lá. Serve ao menos para alguns motoristas mais atentos se distrair na viagem, pintando comentários pejorativos sobre os três.

Enquanto isso, os governos deixam seus estudantes meses sem aula por causa de cento e poucos reais e se justificam dizendo que estão cumprindo a lei…! Mais correto seria se tivessem pintado; “Cachorrada” dos polit….”, bem, deixa prá lá…

Não se surpreendam se na próxima placa escreverem “Cachorreira” de Minas…”

Em 2014 a rodovia que havia sido totalmente reformada em 2006, passou por nova reforma. Aliás, reforma desnecessária e inexplicável, uma vez que só tinha alguns buraquinhos aqui e acolá. Muito mais gritante é construir uma 3ª faixa no trecho da MG 350, que liga Itajubá ao alto da serra da Mantiqueira, e, melhor ainda, até Piquete, caminho inevitável de milhares de romeiros que dobram a serra com destino à Padroeira do Brasil e ao Rio de Janeiro. Esse é um mistério que, embora saibamos, não nos arriscamos explicar! Um dia ‘aquele pessoal de Brasilia’ irá prestar contas lá no ‘escritório de cima’…!

O fato é que durante a operação tapa buraco – no bolso de alguns políticos! – a placa de Cachoiera foi retirada na margem da via. Aí eu pensei:

– Bem, a reforma da pista servirá para alguma coisa além e financiar campanha politica… Finalmente, oito anos depois, irão corrigir a grafia da placa!

Mas… para minha surpresa, a placa voltou ao mesmo local com a mesma grafia tal qual era antes!

Meu Deus, pelos meus professores da infância, pelos meus netinhos que ainda não nasceram… Será que nem desta vez perceberam o erro?

Pelo andar da carruagem, não… Cachoeira de Minas continua Cachoiiiiiiiiiieeeeeeeeera de Minas!

 

 

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