Sorveteiro entra em fria por causa de metade de um revolver em Santa Rita

Jamais as denuncias de amigos ocultos da lei foram tão valorizadas! De posse dos ‘informes’ impressos, os homens da lei batem à porta do denunciado, explicam o motivo da visita e fazem a clássica pergunta:

Espingardinha do Sr. Sebastião Vitor de Oliveira...

Espingardinha do Sr. Sebastião Vitor de Oliveira…

– É verdade que o Sr. mantem o tal objeto ilícito em casa?

Pegos com a calça na mão, ou pelo menos com a informação na mão do policial, o cidadão infrator sente um calor no rosto, um frio na espinha, perde a voz, gagueja e quando consegue falar franqueia a entrada aos homens da lei…

– É verdade, sargento… Tenho sim! Pode entrar…

Foi mais ou menos isso o que aconteceu com funcionário publico – no seu dia! – Sebastião Vitor de Oliveira, 57 anos, morador do bairro Cachoeirinha em Conceição dos Ouros. Abordado pelos policiais no meio da tarde desta segunda, 28 e informado que tinha uma arma de fogo em casa em desacordo com a lei, ele foi logo admitindo…

– Tenho mesmo uma espingarda velha em casa, seu cabo… Tá pendurada na parede do quarto do meu filho! Nem sei se funciona… Faz mais de vinte anos que está lá. Nunca dei um tiro com ela, nem tenho munição! – foi abrindo o livro despreocupado o motorista da prefeitura municipal da capital do polvilho.

Mas não foi tudo tão simples assim! Sebastião foi levado para a Delegacia Regional de Pouso Alegre, sentou-se ao piano, assinou o 12 da 10.826 e só não foi se hospedar no Hotel Recanto das Margaridas porque tinha meio salario mínimo na algibeira para pagar a fiança!

A prisão do comerciante Moacir Magalhães de Almeida por porte de arma em Santa Rita do Sapucaí foi ainda mais inócua! Até por que ele só tinha ‘metade’ da arma de fogo!

A busca foi realizada pelo cabo Siqueira e pelos soldados Alisson e Justino devidamente acompanhada por um ‘galo’ pego à laço na rua! O trabuco Rossi calibre 22 estava guardado dentro de um armário de aço na sorveteria Itajubá – diga-se de passagem, onde se saboreia o melhor sorvete de Santa Rita do Sapucaí. Junto com a arma havia uma cartela com 16 munições de calibre 32. Segundo a denuncia recebida através do famigerado “181”, Moacir teria também outras duas armas em sua residência. Lá os mesmos policiais e o ‘galo’ não acharam nem a pólvora!

O revolver do sorveteiro só serve para ser arremessado na cabeça do assaltante...!

O revolver do sorveteiro só serve para ser arremessado na cabeça do assaltante…!

O detalhe que marcou a prisão do sempre educado e bem humorado sorveteiro Moacir Magalhaes, é que o revolver Rossi 22… não tem coronha!!! Para dar um tiro ele teria que segurar no cano do trabuco e com muito jeito apertar o gatilho! O perito criminal que examinou a arma – ou o que resta dela – fez constar em seu laudo que além de não ter coronha, a arma está com o tambor danificado e portanto, impossibilitada de vomitar azeitonas quentes! Mesmo assim o discreto e simpatico sorveteiro entrou numa gelada!!! Por causa das cartelas de azeitonas frias, assinou o 12!

– Eu tenho essa arma para defender meu comercio, pois já fui assaltado uma vez!  Tenho balas calibre 32 porque eu pretendia comprar um revolver 32, devidamente registrado… – falou convicto Moacir.

Mas não teve choro e nem vela e nem fita amarela… para continuar a fazer o delicioso sorvete de abacate e de tantas outras frutas, Moacir teve que desembolsar R$ 680 reais de fiança.

 

* Não saia daí… Tem mais chumbo quente descendo a serra de Espirito Santo do Dourado!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *