O dia em que ganhei um “novo” filho…!

Era cerca de duas e meia da tarde de um domingo modorrento quando de 2002. Depois de saborear uma lazzanha regada a vinho branco Liebfrawmilch eu estava cochilando de barriga para cima no sofá da sala quando o telefone tocou. Meu filho atendeu e me passou o aparelho…

– Pá, é pra você… Da delegacia.

Muito a contragosto atendi…

– Chips, é a doutora Inez… Estou com um probleminha aqui no plantão. A PM acabou de chegar trazendo seu filho preso. Ele foi pego com duas barangas de maconha! O que eu faço com ele?

Apesar da bombástica informação, não movi um músculo sequer. Mesmo com os olhos semi-cerrados eu podia ver meus dois filhos, tão preguiçosos quanto eu de barriga para cima, deitados no carpete da sala. Antes de responder a pergunta da delegada, fiz a minha;

– Qual é o nome do meu filho que está aí na DP com drogas, doutora?

– É o Bruno…!

– Ótimo! Enquadre-o no 12 e meta-o no xadrez!

– Mas ele diz que tem 17 anos! Você não vai acompanhá-lo?

– Não. Pode prendê-lo, delegada. A propósito, meus dois filhos estão cochilando aqui em casa, ao meu lado… O Bruno não é meu filho!!!

Se este quadro foi sutíl, a cena do dia seguinte foi mais engraçada. Bruno Boschi, o “Bruno Cachorro”, com cara de cachorro caído de mudança, estava sentado numa ponta da poltrona. Na outra extremidade uma humilde senhora dos seus trintas e alguns sofridos anos, baixa estatura, apertando uma bolsa feminina no colo. Quando eu entrei no gabinete a delegada Inês perguntou, apontando para mim;

– A senhora conhece este rapaz?

Sem saber qual o propósito da pergunta, sem pestanejar, a senhora respondeu com simplicidade;

– Não doutora… Nunca o vi mais gordo em minha vida!

Nem eu a tinha visto.

– Este é o policial Airton Chips. O seu filho Bruno, me disse que ele é seu pai! A senhora é esposa dele? Tem alguma ligação com ele? – Tornou a perguntar a delegada.

Antes de responder a mãe do Bruno olhou-me de cima a baixo. Quase deixou esboçar um sorriso maroto, talvez pensando: “bem que poderia ser”, mas tornou a fechar a cara e respondeu;

– Não. Eu já ouvi falar nele, mas não o conheço. Ele não é pai do meu filho Bruno…!

Bruno Cachorro, cabeça baixa sentado na ponta do sofá se limitou a dizer;

– Desculpa doutora, foi uma brincadeira…

Mas certamente não foi a ultima vez que Bruno Cachorro se identificou como sendo meu filho, buscando não sei que vantagem! O fato é que neste insólito episodio eu ‘ganhei’ um filho, que até então conhecia de vista. Pois Bruno, pelo comentário da leitora Paulinha, continua se apresentando como meu filho. Por sinal, ele é filho de um amigo meu, também jornalista.

Bruno Cachorro. Figurinha bastante fácil no álbum da policia, tem diversas passagens por uso e aviãzinho de drogas. A pouco mais de um ano aconteceu um cena hilária na DP. Bruno estava cumprindo pena em regime aberto e deveria dormir todo dia no presídio. Mas inconseqüente como sempre, “abriu mão da hospedagem”. Deixou de apresentar-se na portaria do Hotel do Juquinha. Para evitar que ele se tornasse um fugitivo e tivesse que voltar a cumprir o restante da pena integralmente no regime fechado, seu pai o conduziu para a delegacia e o apresentou ao delegado. Ao ver-me tirando fotos de outro meliante, Bruno saiu-se com esta;

– Hei chips, você não vai tirar a foto minha para colocar no blog,  não…!?

………..

Este é Bruno Cachorro, nóia e aviãozinho pé-de-couve- … Quantas vezes ele deve ter usado meu nome? Quantos mais já deve ter usado meu nome para se safar de alguma encrenca? Por isso saiba, minha estimada leitora;

PAULINHA
[email protected]179.249.143.120, autora do comentário postado aqui no blog na sexta feira;

“Ai meu caro senhor chips, não atire pedras no telhado dos outros,pois o seu também é de vidro! lembra num passado recente quando o senhor ia visitar seu filho. o famoso BRUNO vulgo CACHORRO, que outrora era usuário de drogas e gatuno cometendo diversos crimes pela nossa querida cidade de POUSO ALEGRE e hoje no entanto depois de passar por diversas penitenciárias do estado minas, se encontra também na prática do trafico de drogas? que beleza em senhor chips, quem sabe da próxima vez que seu filho o bruno for em cana o senhor por favor divulga a noticia do mesmo modo que esta. Abraços…”

Bruno Cachorro não é meu filho. Tenho três filhos homens e trinta e dois sobrinhos. Nos dias de hoje, com tanta droga destruindo jovens por aí, é natural que eu tenha parentes na contra-mão da lei. Aliás, dois deles já protagonizaram a serie “Meninos que vi crescer”, aqui no blog. Se você é uma leitora atenta, vai facilmente identificá-los.

Quanto aos meus filhos, o bebê está sendo educado com carinho, atenção e amor para ser um cidadão probo e útil à sociedade. Os dois adultos – que você poderá também identificar aqui no blog – são respeitáveis profissionais da área da justiça e honrados cidadãos.

Quanto ao Bruno Cachorro – como diríamos nos saudosos tempos de criança – apesar do apelido, pode falar que é meu filho… não me tira pedaços. E nem tira vantagem do suposto parentesco!

 

 

0 thoughts on “O dia em que ganhei um “novo” filho…!

  1. Chips, lendo seus posts antigos, vir em uma passagem de 3 amigos q se mataram em frente um bar acho que no aterrado, pode relatar esta historia no site, parece interessante.

    Abçs.

  2. Olá Chips,
    Hoje resolvi entrar no Google para pesquisar “31 de novembro” e ver o que aparecia.
    Acabei encontrando seu blog, gostei muito.
    No post falava sobre um amigo seu do Exército.
    O que você quis dizer com “cair de boca”?

  3. que pena nao era seu filho de verdd!!!!!!!bem que poderia ser pra vc sentir na pele oq alguns pais sente depois eu qeria ver c vc teria coragem de coloca lo aqui e escrever co ironia como fazes sempre?????

    • “Escrever co ironia” sic, foi o que você fez não foi? kkk

      O povo parece que gosta mesmo é de marginal, bandido. Os pais de alguém assim tem é que no mínimo sentir vergonha por não ter dado uma educação decente a seu filho e deixar que a polícia, jornalistas e afins façam seu trabalho.

    • porque? você tem filho bandido? não soube educar seu inútil?
      a propósito, você não é mais inútil e otário do que esse comentário seu!
      se ele não tem filho “perdido” como você deve ter, é porque ele teve a capacidade de educar e ensinar o caminho certo, assim como estou fazendo com meu filho!
      Valdecir Machado seu hipócrita, imbecil, seu lixo!

  4. Chips, a Paulinha tirou onda com todo mundo, veja o email dela e separe as silabas, Pau- La – Tejando – Pau Latejando, é o velho nome usado para passar trote, tipo Jacinto Pauno Rego

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