Minutos de Sabedoria…

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“Não se deixe abater pela tristeza.

Todas as dores terminam.

Aguarde que o tempo, com suas mãos cheias de balsamo, traga o alivio.

A ação do tempo é infalível e nos guia suavemente pelo caminho certo, aliviando nossas dores, assim como a brisa leve abranda o calor do verão.

Mais depressa do que supõe você terá a resposta, na consolação de que necessita”.

Continue de cabeça erguida e olhos vivos para ver os sinais de Deus na natureza!

 

Tenham todos uma iluminada semana!

Juiz manda ‘capar’ tarado por tentativa de estupro

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“O adjunto de promotor publico, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora de Santana, quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado que estava atrás de uma moita de mato, saiu dela de supetão e fez proposta à dita mulher por coisa que não de pode trazer à lume, e, como se recuzasse, o dito cabra abrofolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas dela de fora ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio ao amparo dela Nocreto Correia e Norberto Barbosa que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso, fazem prova.

        CONSIDERO:

        Que o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ella e fazer chumbregâncias, coisa que marido dela competia conxabrar, porque casados pelo regime da Santa igreja cathólica romana;   

         Que o cabra Manoel Duda é um suplicante debochado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quis também fazer conxambranas com a Quiteria e Clarinha, moças donzelas;

        Que Manoel Duda é um sujeito perigoso e que, se não tiver cousa que atenue a perigança delle, amanhan está metendo medo até nos homens!

        CONDENO:

        O cabra Manoel Duda, pelo maleficio que fez à mulher de Xico Bento, a ser CAPADO, capadura essa que deverá ser feita a MACETE!  A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.

Nomeio carrasco o carcereiro.

Cumpra-se e apregoe-se editais nos lugares públicos.

 

                          Manoel Fernandes dos Santos

                   Juiz de Direito da Villa de Porto da Folha

                 Província de Sergipe, 15 de outubro de 1833”.

 

… Se a ‘moda tivesse pegado’, o Hotel do Juquinha teria alguns tarados a menos!

 

Tres bandidos perigosos e oito detetives atrapalhados

Nosso eterno Rabo-Verde... Na época ele ainda circulava pelo centro da cidade. cdade

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Na época nosso eterno Rabo Verde ainda circulava pelo centro…

Quando chegamos para o expediente da tarde naquela terça feira, o subinspetor Ângelo nos reuniu na inspetoria e deu a missão…

– O gerente da Útil me ligou… De manhã estiveram na imobiliária três caboclos querendo alugar uma casa no Foch. Eles são bastante estranhos. Estavam com uma maleta de dinheiro vivo… Queriam pagar os seis meses de aluguel adiantado! Pelo jeito são assaltantes de São Paulo querendo se esconder em Pouso Alegre… Eles ficaram de voltar na imobiliária às quatro da tarde para fechar o contrato! Estão num Del Rey ouro…! Adão, Luiz, Pezão, monte uma equipe e vão p’ra lá esperar por eles. Leve uns oito… Espalhem ali por perto, se misturem aos transeuntes, aos clientes da imobiliária e tomem cuidado! Use o fator surpresa… Evitem o confronto! Vocês aprenderam isso na Acadepol, não é?

Antes das três da tarde estávamos espalhados na Rua Dom Assis… No começo da rua estava o pequenino Romeu atrás do volante da “brasilinha verde”, pronto para engatar primeira e encostar na porta da imobiliária! Luiz Neves com seu jeitinho interiorano de Conselheiro Lafaiete e Munhoz com seu rosto sempre vermelho contrastando com seu óculos fundo de garrafa, estavam com pinta de somongós cada um numa esquina! O veterano Luiz Mendes, com seu jeito de Contador prestes a se aposentar e o jovem Barbosinha e seus cabelos enrolados, parecendo qualquer coisa menos policia, estavam dentro da bicicletaria do Santos Patrício, em frente, fingindo muito interesse numa Caloi Barraforte Circular! Encostado no balcão da imobiliária Adão com seu impecável traje social com a fralda da camisa para fora da calça jogava conversa fora com o Vanderlei, já bastante calvo! Eu e Adair Pezão estávamos sentados cada um numa ponta do surrado sofá, com o coração batendo acelerado, esperando ver três sujeitos entrar com uma maleta na mão e talvez um trabuco na cintura por baixo da camisa! Fazia um inquietante mormaço! Os ponteiros do relógio na parede do escritório pareciam estar parados! Até que o sino da Catedral – aquele mesmo que no Natal de 55 bateu desesperadamente anunciando a morte de Jacira no Beco Crime – deu quatro badaladas!

A pressão aumentou!

Os homens viriam ou não?

Será que descobriram que a arapuca estava armada?

Exceto as duplas, estávamos incomunicáveis. Adão, o mais veterano da “operação imobiliária” saiu à porta e conferiu… Cada um estava em seu posto.

A velha Rua Dom Assis estava quase deserta, cheia de vagas para estacionar. E nada do Del Rey ouro com três ocupantes chegar…!

Dona impaciência já estava nos cutucando, convocando-nos para uma mini reunião… Mas desfazer o laço da arapuca sem os pombinhos – melhor dizendo, sem os abutres! – seria muito perigoso. Se os suspeitos vissem um grupo de marmanjos na recepção da imobiliária, na rua ou mesmo na bicicletaria do Santos Patrício, certamente não iriam cair no laço! Além disso, havia o risco de uma troca de tiros! O jeito era massagear a paciência e esperar…!

De repente, sem nenhum aviso externo, o Del Rey ouro estacionou na porta do escritório da Útil!!! Os pouco mais de vinte segundos gastos para o trio descer do carro e adentar o escritório pareceram uma eternidade!!! Quando o trio encostou-se ao balcão a pergunta do atendente se confundiu com a ordem em uníssono…

– Mãos na cabeça… Vocês estão presos!!!

Ah, bons tempos aqueles em que o policial prendia o bandido para depois informar porque ele estava sendo preso! Não havia flagrante, não havia mandado, mas podiam prender, pois estava escrito na testa do suspeito que ele era bandido e tinha debito com a justiça!

Não demorou trinta segundos os outros cinco detetives estavam na recepção da imobiliária… E a Brasilinha Verde nos braços do Romeu, na porta! Antes que eles esboçassem a primeira pergunta para a prisão, já estavam com as pulseiras de prata apertando os pulsos. Foi tudo muito rápido… Rápido demais! Tão rápido que protagonizamos um tremendo ‘mico’! Mas acho que ninguém percebeu…!

Uma coisa que aprendemos claramente na Acadepol é que local de abordagem e prisão não é local para explicação e argumentação! Por vários motivos. E o principal deles é a segurança dos policiais e de quem estiver por perto. Por isso urgia sair do escritório da imobiliária.

Mas precisava ser tão atabalhoadamente…!?

Antes que o curioso ‘Vitinho’ dissesse Pindamonhangaba, o trio de assaltantes, sem fazer uma única pergunta, já estava no banco de trás da Brasilinha Verde com Romeu ao volante e Adair ajoelhado no banco da frente apontado o trabuco para o nariz deles! E desceram a Dom Assis em direção à delegacia. Nós seis embarcamos no Del Rey ouro dos bandidos… E aí aconteceu a trapalhada!

Não conseguíamos inclinar os bancos da frente para passar para os bancos de trás! Puxávamos, procurávamos os botões, de cima a baixo, um de cada lado e nada de os bancos inclinarem! Enquanto isso a Brasilinha Verde se distanciava levando três perigosos assaltantes de bancos com apenas dois policiais… Um ocupado com o volante e o outro ocupado em controlar o medo e o nervosismo!

E se um dos bandidos surpreendesse o Adair? E se na esquina da São João o restante da quadrilha estivesse de tocaia esperando a passagem da Brasilinha Verde?

Não. Não podíamos ariscar a deixar três assaltantes de bancos aos cuidados apenas de um detetive! Não havia tempo para descobrir como inclinar os bancos para sentar atrás! Embarcamos no Del Rey como deu… Pulando por cima do banco, por cima do motorista! Pelas janela… Adão, já apavorado, arrancou com o possante e acabou de ajeitar a carga no tranco! Uns por cima dos outros, deixando para trás uma embasbacada plateia sem entender patavina do que estava acontecendo! Ainda bem que não entenderam, pois, por um mistério quase inexplicável, o ‘espetáculo da Util’ reuniu dezenas de expectadores em menos de um minuto!

Embora seja centro da cidade, com vários pontos comerciais, a velha Dom Assis não tem tanto movimento assim. No entanto, tão logo a Brasilinha rangeu suas molas e freios ao lado do Dele Rey ouro, portas e janelas se empinhocaram de curiosos! Desconfio que o Vitinho ou outro funcionário da imobiliária, ao saber da ‘operação secreta’ deve ter vazado a informação para a vizinhança, recomendando naturalmente…

– Fiquem preparados… As quatro da tarde a policia civil vai prender uma quadrilha aqui no escritório! Não percam! É segredo, não contem para ninguém…! só para as crianças da creche…!!

Entramos na Silvestre Ferraz no exato momento em que Romeu estacionava a Brasilinha Verde na porta da DP. Estávamos todos inteiros. Alguns de nós de cabeça para baixo, mas inteiros dentro do Del Rey ouro!

Os três meliantes de caras fechadas foram levado direto para o gabinete do delegado regional onde finalmente soltaram a voz, numa conversa à boca pequena, só com a chefia! De lá foram para o corró e no dia seguinte desembarcaram em São Paulo. O boato que surgiu na delegacia é que eles desembarcaram mesmo… No meio de uma avenida de grande movimento como são quase todos as avenidas paulistanas, deixando os dois detetives que os escoltavam só com o cabo do guarda chuva na mão! Nunca conseguimos entender isso! Do escritório da Util – três quarteirões até a delegacia – nós jovens e sonhadores policiais viajamos até de cabeça para baixo para não perder de vista os perigosos assaltantes na Brasilinha Verde… No dia seguinte eles foram recambiados para outro Estado com apenas dois escoltas…!? E desembarcaram no meio – literalmente – da avenida com a viatura em movimento!!! Bem, deixemos este ‘mistério’ para a imaginação do leitor! Afinal, desde que o mundo é mundo, já existe caminhos – e pessoas – tortas! Voltemos ao ‘mistério’ de “como chegar ao banco de trás” do vistoso Del Rey Ouro…

Tão logo entregamos o trio de assaltantes armados apenas com sua maleta – recheada de cruzeiros, que daria para pagar o salario de toda a equipe aquele mês e mais o Decimo Terceiro – na porta do gabinete do delegado regional, corremos para a garagem, para descobrir como inclinar os bancos da frente do Del Rey. Antes chamamos o Sr. Nelson Wood, que era Vistoriador de veículos e mecânico, para nos auxiliar. Como já havíamos ‘apanhado’ do Del Rey e também para testar os conhecimentos do ‘seu’ Nelson mostramos o carro e falamos.

– Seu Nelson, o Sr. poderia inclinar os bancos da frente para que possamos sentar no banco de trás do Del Rey…?

Nelson Wood olhou para o carro com um olho só – ele era caolho, acho que era o direito! – meio ressabiado e muito singelamente perguntou!

– Mas porque vocês querem entrar pela frente e passar para o banco de trás? É alguém tipo de exercício, mandinga?

– Não, seu Nelson… É que é meio complicado pular por cima do banco, né!

– Ué…! E porque não entram pelas portas de trás? É só puxar a maçaneta…! – E dizendo isso passou a mão na lateral do carro e com um simples ‘clic’ escancarou o lado direito traseiro. Em seguida o esquerdo… Abriu os braços sujos de graxa olhou pra nós e fez uma pequena careta como quem pergunta:

– Qual o problema???

O Del Rey ouro dos assaltantes paulistanos era “quatro portas”!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ainda posso sentir o gosto salgado do suor escorrendo por entre os fios ralos do meu bigode de adolescente até parar nos meus lábios, mas não sei dizer ao certo se aquela interminável tarde de mormaço, de ‘gafe coletiva’, era final de primavera de 81 ou inicio de outono de 82…!

Naquele tempo, carro quatro portas era exceção!

 

Obs: Se você meu estimado leitor tiver uma foto da Útil ou da rua Dom Assis daquele época, envie-me para ilustrar a crônica!

Policia Civil prende motoqueiro ‘serial’ estuprador

Aguinaldo de Lima Martins, 32: - ... Era 'programa'! Eu pagava elas... 100, 150, 200 reais...!

Aguinaldo de Lima Martins, 32: – … Era ‘programa’! Eu pagava elas… 100, 150, 200 reais…!

Chegou ao fim o reinado do ‘sultão’ Agnaldo de Lima Martins. Ele foi preso pela policia civil no final da manhã desta quarta, 22, quando saia de casa no bairro Santo Expedito. Aguinaldo vinha sendo investigado desde o final do ano passado, quando surgiram as primeiras queixas de estupro. Desde então os detetives Elon, Diego e Renato vinham tentando identificá-lo e leva-lo à barra dos tribunais.

Em seus depoimentos as vitimas, mulheres de varias idades, na maioria adolescentes, contavam versões diferentes para a abordagem. Umas diziam que estavam andando belas e formosas pela rua quando o motoqueiro se aproximava, dizia estar armado e as obrigava a subir na garupa da moto e acabavam levando-as para locais ermos, onde abusada sexualmente delas. Outras contavam que o moço se aproximava de moto, contava uma historia da carochinha e as convencia a ajudá-lo. Uma vez na garupa da moto rumava para local deserto onde as estuprava mediante ameaça.

– Eu estava caminhando quando ele apareceu, falou que sua esposa estava ‘traindo ele’ e me ofereceu 100 reais para tirar uma foto da esposa com o amante. Depois que eu montei na garupa da moto, ele me levou para o mato… – Contou uma das vitimas.

T. aquela garotinha de 18 anos, que este colunista e seus colegas de futebol evitaram que fosse estuprada próximo à quadra poliesportiva do Jardim Canadá no ano passado, contou-nos uma versão mais ingênua quando a levamos para a única casa isolada à beira estrada naquela quarta feira…

– Eu estava sentada no passeio em frente minha casa no Jardim Olímpico… Ele parou pra conversar e perguntou se eu queria dar uma voltinha na sua moto! – Contou ela se embriagando de água com açúcar depois de escapar das garras do estuprador.

A versão da senhora K. é menos ingênua e mais brutal…

– Eu havia perdido o ônibus, aí resolvi voltar para casa à pé mesmo. De repente, na Avenida Alberto Pacciuli, um motoqueiro parou ao meu lado, falou que sabia onde estavam meu marido e meus filhos e ameaçou matá-los se eu não subisse na garupa da moto! – contou ela indignada.

K. foi estuprada debaixo de sol quente do meio dia na beira da estradinha de terra no Recanto Irashai. O estuprador nem se deu o trabalho de tirar o blusão de couro e o capacete!

O Inquérito Policial que colocou os detetives Elon, Diego e Renato na sombra do motoqueiro ‘serial’ estuprador, foi instaurado pela delegada de Mulheres Lucila Vasconcelos, no dia 13 de novembro. A vitima foi a garotinha I.E.F. de 13 anos. Além do abuso sexual, a adolescente contraiu sífilis após o relacionamento animalesco.

Ao sentar-se ao piano do delegado Bruno Lopes nesta quarta, Aguinaldo admitiu todas as conjunções carnais de que estava sendo acusado! Mas tinha sua resposta/defesa na ponta da língua!

– Não foram estupros não, doutor! Foram ‘programas’… Eu ‘convidava elas’ p’ra transar e elas topavam! Eu sempre pagava… cem, cento e cinquenta e até duzentos reais!

Além da minuciosa investigação realizada pelos detetives para identificar e prender o estuprador, o delegado Bruno Lopes, responsável pelo I.P., precisou ir além do profissionalismo… Fez até o trabalho de ‘office boy’ para garantir que o tarado fosse conhecer o Hotel do Juquinha! Tão logo Agnaldo chegou com as pulseiras de prata, o eficiente delegado intimou cinco das vitimas, fez acareação, colheu seus depoimentos, relatou o I.P., formulou o pedido de Prisão Preventiva e o levou pessoalmente ao Forum. Esperou pacientemente quase duas horas que o pedido fosse apreciado pelo Representante do Ministério Publico e assinado pelo Homem da Capa Preta autorizando o ‘mandamus’.

Cinco mulheres vitimas do motoqueiro serial estuprador já foram ouvidas. Outras cinco ou mais – inclusive algumas que ainda não superaram o trauma e o constrangimento e ainda não coragem de registraram queixas na DP – deverão ser ouvidas antes da conclusão do I.P. .

Independente do que disseram as vitimas e o estuprador, Agnaldo já está enrolado até o pescoço nas malhas da lei… I.E.F. uma das meninas que ele disse ter levado para o mato em troca de um punhado de reais, tem apenas 13 anos! Isso é suficiente para enquadrá-lo no artigo 217-A do Código Penal! O estupro de vulnerável poderá custar de 8  a 15 anos ao ‘garanhão’ num ‘curral’ fechado!

Pedrinho e a carta para Deus… Atendida por Brasilia!

Quando Pedrinho, um garotinho de 7 anos, sapeca e bom de bola, morador ao pé da serra do cajuru, viu a potrinha pampa que nasceu no pasto do seu vizinho, logo se apaixonou. Queria a todo custo comprar a potrinha! Quebrou seu cofrinho de porquinho, pegou as moedas e foi pessoalmente procurar ‘seu’ Honorio para comprar a potrinha;

– Quanto quer pela pampinha, seu Honorio? – Perguntou o garoto.

– Quero R$ 140.

Pedrinho enfiou a mão no bolso da bermudinha listrada, pegou as moedas e contou… Quarenta reais! Faltava cem! Coçou seus cabelinhos encaracolas até o ombro e falou para ‘seu’ Honorio:

– Não vende ela pra ninguém! Eu vou arrumar os cem reais e volto no mês que vem p’ra buscar a pampa.

Enquanto voltava para casa cabisbaixo pela estradinha de terra batida, Pedrinho foi pensando. Pensou, pensou, pensou e chegou a uma conclusão… Só Deus poderia lhe dar os cem reais que faltavam para comprar a potrinha pampa! Chegou a sua casa, foi direto para o quarto, ajoelhou-se diante do crucifixo pendurado na parede, juntou as mãozinhas como convém a um cristão e se pôs a rezar! Repetiu o gesto durante uma semana, pedindo à Deus para lhe dar R$ 100 para comprar a potrinha pampa. Depois de dez dias rezando diariamente ajoelhado, de mãos postas, sem ver a cor do dinheiro, Pedrinho começou desanimar… Andava cabisbaixo de um lado a outro do sitio, pouca prosa, sem querer brincar! Nem Leleu, seu Fox Paulistinha viralatas o animava mais! Até que teve uma ultima ideia…

– Faz duas semanas que estou rezando pedindo cem reais pra Deus e não recebi sequer um sinal! Pois vou escrever uma carta para Ele agora, pedindo ao menos uma explicação!

E assim o fez.

– Querido Deus… Conforme nossa conversa anterior durante duas semanas, estou formalizando meu pedido de cem reais para comprar a eguinha pampa do ‘seu’ Honorio. O Senhor sabe que eu sou menino batuta! Faz tempo que não amarro palha de milho no rabo do gato, não fico jogando graveto no ribeirão para o Leleu buscar, e no mês passado apaguei o quadro negro da ‘tia’ Leninha três vezes e ainda ajudei ela levar aquela sacola de cadernos para corrigir até a porteira da casa dela! Se tiver faltando alguma boa ação para me equilibrar na sua balancinha é só falar que eu faço! Mas se não tiver, me manda os cem reais porque o Totonho do ‘seu’ Antero já está de olho na ‘minha’ potrinha pampa!

Terminou a carta, fechou com carinho, escreveu no envelope; “Para Deus/Brasil”.

 

Ao receber a carta com aquele destinatário; “Deus/Brasil” o sempre eficiente correio brasileiro encaminhou a carta para Brasilia. Ao abrí-la e lê-la, Dilma ficou muito comovida e resolveu atender o pedido de Pedrinho. Mas como não havia dotação orçamentaria para tal, ordenou ao primeiro secretario que passou na sua frente:

– Faça uma ‘vaquinha’ aí entre vocês e atenda o pedido deste menino… Tome aqui meus dez reais!

Não se sabe se pela avareza, incompetência ou por força de habito de desviar dinheiro publico, o envelope foi fechado com apenas os dez reais e foi enviado para a Serra do Cajuru. Apesar da decepção, como bom brasileiro que não desiste nunca, Pedrinho sentou-se novamente, para agradecer a merreca, e escreveu:

– Querido Deus, muito obrigado por me mandar o dinheiro que pedi… Contudo, eu pediria que, na próxima vez, o Senhor mandasse direto para o meu endereço, porque quando passa por BRASÍLIA, aqueles filhos da puta ficam com 90%!!!

 

Minutos de Sabedoria…

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“Seja sempre nobre em sua expressão de trabalho, se quiser atrair para si a nobreza dos companheiros de luta.

Demonstre sempre, inicialmente, a sua própria nobreza, para que os outros se mirem no seu exemplo e o imitem.

Seja sempre bem educado, antes de exigir que os outros o sejam.

A força do exemplo é a mais convincente e eficaz que existe no mundo.

Vale mais um exemplo do que mil palavras.

Dê você, em primeiro lugar, o bom exemplo em sua conduta”.

Tenham todos uma iluminada semana!

 

Marreco e o Jatobá verde

 

        De acordo com a lei brasileira, existe duas situações em que o cidadão pode ser preso mesmo não tendo cometido crime. Trata-se das situações “de Depositário Infiel” e “Pensão Alimentícia”. No caso de pensão alimentícia a lei não deixou a famosa ‘brecha’. Não tem choro nem vela nem fita amarela. Deveu não pagou… Vai em cana!

       São as prisões mais insossas que existe. Se existe algum glamour na profissão policial, as prisões por ‘depositário infiel’ e ‘pensão alimentícia’ são as menos românticas! Aliás, estas aguadas prisões cíveis são atribuições do Oficial de Justiça, não da policia. Ao Mandados são encaminhados para a delegacia de policia quando os oficiais não dão conta do recado. Não que sejam prisões perigosas é que às vezes os devedores, para protelar o pagamento do débito ou cumprimento da obrigação, desaparecem, se escondem mais do que Osama Bin Laden, por isso o abacaxi vai parar na mão da policia.

       Recentemente um rico empresário de Pouso Alegre – que diga-se de passagem fez fortuna de forma meteórica e inexplicável – contraiu débitos alimentícios com a ex-cara metade. Para protelar o pagamento da pensão ele simplesmente soverteu do mapa. Como se tratava de um cidadão bastante conhecido, os oficiais se uniram na caça ao figurão. Mas não obtiveram sucesso… Ele abandonou os próprios negócios para esquivar-se da divida! Dizem que foi curtir uma praia em Ubatuba onde possui vários imóveis… Só deu as caras em terras manduanas quando conseguiu fazer um acordo vantajoso com a ex.

        Depois deste caso teve um outro empresário, não tão bem sucedido mas de boa estirpe, que viu-se na mira dos oficiais de justiça. Os dedicados garotos se uniram para prender o inadimplente a qualquer hora do dia ou da noite. Armaram a arapuca até no interior da Faculdade de Direito onde o caloteiro estudava. Mesmo assim ele conseguiu burlar a lei e evitar a hospedagem gratuita no velho hotel da Silvestre Ferraz.

        Em 27 anos de policia ‘convidei’ centenas de inadimplentes de pensão a me acompanhar à delegacia de Policia. Embora todo cidadão seja igual perante a lei, dei a cada um um tratamento diferente, de acordo com o trabalho que me deram. Por exemplo, se o sujeito me recebeu na porta de sua casa e aceitou meu convite ‘diboa’, deixei que ele ficasse no corró da delegacia e até mesmo no banco da Inspetoria esperando seu Advogado fazer a ‘correria’ e conseguisse o Alvará judicial suspendendo sua prisão. No entanto se ele se escondia debaixo da cama, no sótão ou no quintal do vizinho, ele ia direto para o xadrez do velho hotel. Tive alguns casos engraçados.

        Em Silvianópolis havia um devedor de pensão mais liso que quiabo. Ele morava com a mãe e uma irmã solteirona. Toda vez que eu ia prendê-lo, por mais rápido que eu fosse ele conseguia vazar. Morava num sitio no bairro dos Vitorinos. A casinha amarela simples, a um metro do chão na beira da estrada, tinha um pequeno curral ao lado, um pomar nos fundos e o resto era pastagem de braquiária. No meio do pasto pelado um frondoso pé de Jatobá que carregava no inverno. A estrada que levava à sua casa há menos de um quilometro tinha uma pequena colina e depois uma depressão. Da colina podíamos ver seu vulto plácido na janela pitando seu ‘paieiro’. Mas quando sumíamos na depressão da estrada ele sumia da janela! Quando chegávamos a casa podíamos sentir o cheiro do cigarro de palha feito de fumo de rolo de Poço Fundo que ele estivera pitando… Mas nunca o encontrávamos! Revistávamos cada palmo da moradia; do piso ao teto, geladeira, fogão, guarda roupa, forro do sofá, quintal, cisterna, pomar e nada do caloteiro. Sem voltávamos com s mãos abanando!

       Um dia tive uma ideia para resolver o mistério do sumiço do Marreco… Saltei da viatura alguns metros antes da colina e fiquei observando o sitio de longe, enquanto meu colega descia o tobogã e batia na porta da casa. O caloteiro saiu sorrateiro da janela correu para o quintal atravessou o pomar entrou no pasto aberto atrás do pomar e foi se empoleirar no frondoso jatobá a cem metros dali no descampado, de onde sempre ficava dando risada as nossas custas! Desta vez rimos por ultimo. Desci lentamente a estradinha poeirenta, passei pela casa e convidei o colega para colher jatobá! Chegando ao pé da centenária arvore comecei dar tiros nas frutas marrons que envergavam os galhos… No terceiro tiro o caloteiro gritou lá de cima;

– Pode parar de atirar… O ‘jatobazão’ aqui ainda não está maduro… – E desceu para os nossos braços. Marreco nunca mais deixar de pagar pensão alimentícia!

         A prisão dos caloteiros de Monte Sião foi mais sutil e interessante… Mas esta já é outra história…

O ‘velho’ Aterrado… E eu!

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A primeira vez que atravessei a ponte sobre o velho e piscoso Mandu e adentrei o velho Aterrado, foi montado numa bicicleta Monark azul-escuro. Levava na frente da reforçada bicicleta de carga um botijão de gás. Até então eu só conhecia o lado norte do rio, onde ia com o pai de uns amigos meus pescar mandi, piaba, tabarana e lambari debaixo da ponte, onde hoje passa a polemica e bela Avenida Perimetral. Na ocasião o bairro já havia sido batizado com o nome do santo, mas continuava sendo chamado pelo apelido de nascença: Aterrado. Passei pela oficina de bicicletas do Wilson na cabeça da ponte e segui pedalando garboso a pesada bicicleta da firma “Gouveia Gás”, desviando de pessoas, cavalos, outras bicicletas e poucos carros, ora pelo passeio, driblando as arvores, ora pela rua poeirenta!

Eu adorava bicicleta! Pedalar o dia inteiro pela cidade, ainda que carregando a pesada carga de 28 quilos na ida e 15 na volta, era mais que um trabalho, era um prazer, uma diversão! Na época, Roberto Carlos já era ‘rei’ e a Jovem Guarda ainda era jovem. Quem mais vendia discos ‘compact play’, de duas e quatro musicas era o cantor brega, Odair Jose, o terror das empregadas… Era o ano de l973.

Já no inicio daquela década, quando Simão Pedro Toledo começava transformar Pouso Alegre na mais progressista cidade do Sul de Minas, o velho Aterrado já era mal afamado. Não era qualquer um que se arriscava a atravessar o bairro. Até porque não tinha para onde ir! Depois da Curva do Japonês não existia cidade… Era só pasto. Só fazendas. A Refinações de Milho Brasil é que levaria a cidade para o sul.

… Mas demorei alguns anos para criar coragem!

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Em 1969, quando comecei explorar Pouso Alegre com minha caixinha de picolés de uva, groselha, laranja, abacaxi e limão, Carlinhos Tigrinho, filho do patrão recomendou:

– Evite ir vender no Aterrado… Os moleques de lá te tomam os picolés, te dão uma surra e quebram sua caixa!

Pouso Alegre tinha 39 mil habitantes divididos em sete ou oito bairros, além do centro. Eu teria clientela suficiente nos bairros Cascalho, Primavera, Santo Antônio, Saúde, por perto de minha casa, sem ter que atravessar a ponte.

Três anos depois da advertência do filho do ‘seu’ Ferreira, fui estudar no Mons. Jose Paulino. Eu era ainda impúbere, mas além de estar atrasado nos estudos, precisava trabalhar durante o dia. Portanto fui estudar à noite. Foi meu primeiro contato com os moradores do Aterrado. Todos mais velhos do que eu. Lembro-me de alguns… O Bernardino, o Luiz Egidio, o Edesio! Lembro mais de ‘algumas’… A Geny, uma linda loira esguia de cabelos lisos, pele de pêssego…! Devia ter uns 17 anos. Acho que era ‘Ferreira da Silva’, da família dos Coelhos. Não dava bola para ninguém. De vez em quando seu namorado, um rapaz forte e barbudo, motorista de caminhão, vinha buscá-la na porta da escola. É por isso que ela não dava bola e ninguém se atrevia…! Depois da Geny, que não era para o meu bico, tinha a Lourdes… Essa sim eu poderia tentar! Mas Francisco Carlos de Aquino, o “Flor” chegou na frente! Mas não se casaram. Eu só voltei a revê-la muito tempo depois, no inicio dos anos 2000, na porta do velho Hotel da Silvestre Ferraz, quando ela foi visitar seu filho, o “Patinho”! Acho que ela não se lembrou de mim…

Esta esquina traz trágica lembrança, em '83...

Esta esquina traz trágica lembrança, em ’83…

O convívio com os moradores do Aterrado no Grupo Escolar Mons. Jose Paulino e a estreita amizade com um colega de trabalho, me fez perder o medo do Aterrado e de sua gente. Fui percebendo que eram pessoas boas, normais, apesar de viver num bairro sem infraestrutura, sempre lavado pelas enchentes. A mudança da família do Marcos Reolan de Castro, irmão do Tunga, do Cafado, do Bedeu, do “Dila”, meu colega na sorveteria do Ferreira, todos amigos na Rua São Pedro, também contribuiu para acabar com minha fobia de Aterrado!

Quando fui trabalhar na loja do Zezinho Gouveia, conheci o Daniel. Ele era ‘desentupidor de fogão’. Morava no Aterrado, em frente a futura oficina do Celinho Xaxa. Fui algumas vezes à sua casa. Ser amigo de um morador do Aterrado acabou de vez com meu medo de infância. Por isso risquei a avenida e ruelas do bairro com desenvoltura naquela manhã de meados de 73 com minha pesada bicicleta, como se estivesse no quintal de casa. Ainda bem que perdi o medo, porque meses depois chegaram as enchentes. Assim eu poderia nadar no Rio Mandu no meio da garotada do Aterrado!

A ponte era o ‘point’ da juventude… O dia inteiro lotada de nadadores de rio. Piscina era coisa raríssima, coisa de rico! Cada vez que eu descia ao Aterrado para fazer uma entrega, encostava a bicicleta na oficina do Wilson e aproveitava para dar uns mergulhos. Trabalhava de bermuda e chinelos havaianas… Era só tirar a camiseta e disputar com os garotos quem saltava mais alto por sobre o parapeito da ponte! Era diversão gratuita para todas as classes sociais. Quando as águas baixavam, levava embora nossa alegria…

Acampamento cigano, ponto extremo do bairro, antes da Lagoa da Banana atualmente.

Acampamento cigano, ponto extremo do bairro, antes da Lagoa da Banana atualmente.

O inexorável tempo mudou meus hábitos! Levou-me para o exercito, mudou meu emprego, mudou o rio, mudou a ponte, mudou até a natureza… Já não temos enchentes como antigamente!… E nem garotos com aquela coragem!

Voltei a circular pelo velho Aterrado no inicio dos anos 80. Agora muito mais por suas vielas, que aumentara demais nos últimos dez anos. Já não ia levar gás de bicicleta… Ia buscar meliantes na “brasilinha verde” da delegacia! Meliantes de todo tamanho, idade, peso e periculosidade! Vi muita coisa acontecer. Inclusive um colega de trabalho numa poça de lama com seis tiros no rosto, em 83.

... O bairro entre as duas "Diques"...

… O bairro entre as duas “Diques”…

As lembranças do velho Aterrado, no entanto, são mais boas do que ruins. No final dos anos 80 até 92, o velho Aterrado tornou-se meu quintal de casa. Dirigindo a LEPA eu descia a vargem toda semana. Seja acompanhando os jogos que eu promovia, seja participando deles com a camisa do Canarinho, do América, do Olaria… Nos campos do antigo Madureira do Niquinho, do Santamaría do João cavalo, do Internacional do Zé Resende e Zé Nascimento, do Bangu do Boi, do Ditão. Hoje só resta o campo do Bangu.

No bairro que me causava pavor minha infância eu agora realizava os mais ferrenhos clássicos do futebol amador de Pouso Alegre. Até finais de campeonatos, sem policiamento, com o campo cercado apenas por uma corda e às vezes nem isso, sem tumultos. Invasão de campo, apenas os cavalos mansos de carroça do octogenário Sr. Geraldo Eleutério, de vez em quando!

Cada bairro de Pouso Alegre tem uma origem. O N.S.Aparecida já chegou a ser chamado de Bairros dos Coutinhos. O Santo Antonio foi ‘colonizado’ pelos ‘imigrantes’ dos Afonsos, Cervo, Cantagalo. As pessoas que deixaram a zona rural do Pantâno, Cajuru, Anhumas, Imbuia se estabeleceram no Jardim Noronha, São João e Jardim Yara. O velho Aterrado acolheu os oriundos dos bairros do Sitio, Vitorino e Água Quente. Daí talvez a fama de bairro violento, devido à personalidade forte dos antigos moradores daquelas paragens do município de Silvianopolis. Não que fossem violentos, mas eram pessoas muito corretas, de estopim curto, que sempre levavam na cinta uma peixeira. Como não eram bons de conversa, logo punham fim à discussão exibindo a ‘lapiana’. Eram pessoas que resolviam seus negócios na base do “fio do bigode”…

Entrada do bairro hoje...

Entrada do bairro hoje…

Os crimes que aconteciam no bairro há 40 anos, no entanto eram crimes de honra. As gerações mais novas desvirtuaram essa personalidade e o bairro ficou mal afamado. Com o crescimento da cidade e principalmente a proliferação das drogas, o velho Aterrado ganhou status de bairro mais violento de P. Alegre. É o bairro que concentra a maioria das “bocas de fumo” e “biqueiras” de drogas! É onde “formiguinhas” do trafico disputam palmo a palmo com as formiguinhas saúvas o mesmo espaço! A população decente, ordeira e trabalhadora do bairro, que naturalmente é a imensa maioria, é quem paga o pato por isso…

Ah, velho Aterrado, como você cresceu! Antes era apenas a avenida empoeirada, ora estreita, ora larga e as travessas do Rolica, travessa Abrão, travessa do Bangu, travessa Cordeiro Olímpio, Rua Oscar Dantas, Padre Natalino, Aristeu Rios… Depois vieram as ruas Osvaldo Mendonça, Maria Porfiria de Abreu, Luiz Prudenciano Alves, Roberto Ramos de Oliveira, João Sabino de Azevedo, Sapucaí, Antônio Pereira Sobrinho, Daniel Paulino dos Santos e outras tantas ruas e vielas. Agora até a Rua Nova ficou velha!!!

A famosa Lagoa da Banana, onde a prefeitura poderia construir  "cidade administrativa"! Ha pouco mais de um ano ainda tinha água...

A famosa Lagoa da Banana, onde a prefeitura poderia construir a “cidade administrativa”! Ha pouco mais de um ano ainda tinha água…

... Hoje virou mato!

… Hoje virou mato!

A Avenida Dique II à Oeste do bairro, que depois de uma década parece que vai sair do papel – no momento está no centro da briga politica entre governo federal e estadual, orquestrada pela prefeitura que embargou sua inauguração – deve contribuir entre outras coisas, para a melhora da qualidade de vida dos moradores do bairro São Geraldo.

Neste lixão da Rua Daniel Paulino dos Santos, moram varias pessoas!  Atravessando o Rio Mandu, a menos de 100 metros dali, está a famosa Avenida Perimetral, de frente para o Bretas, a poucos metros do centro da cidade..!

Neste lixão da Rua Daniel Paulino dos Santos, moram varias pessoas! Atravessando o Rio Mandu, a menos de 100 metros dali, está a famosa Avenida Perimetral, de frente para o Bretas, a poucos metros do centro da cidade..!

Uma outra avenida à leste, partindo da perimetral, passando nos fundos da Rua Nova, lagoa da banana, desembocando atrás do Estádio Manduzão, levaria infraestrutura e melhoraria muito a vida do sofrido, porém orgulhoso, morador do Aterrado. Em 2004 sugeri a construção dessa avenida e do “Parque Administrativo da Prefeitura” na ilha da “Lagoa da Banana”, concentrando ali todos os órgãos do poder executivo do município. Se o desenvolvimento chegasse àquela região da cidade, além de facilitar a vida dos moradores, tiraria o espaço dos meliantes que usam aquela área para ludibriar a policia. Seria muito mais fácil combater o trafico formiguinha por ali. Minha sugestão foi natimorta: entrou por um ouvido e saiu pelo outro! É apenas um sonho… Mas bem que o povo do sofrido Aterrado merece!

... A 'nova' ponte sobre o velho Mandu.

… A ‘nova’ ponte sobre o velho Mandu.

 

 

PRF acaba com a farra dos motoqueiros na Serra de Ipuiuna

Há tempos a Policia Rodoviária Federal vinha recebendo as denuncias. Segundo moradores do trecho compreendido entre os quilômetros 66 a 69, especialmente nos finais de semana, a rodovia se torna palco de um perigoso espetáculo que coloca em risco tantos os artistas quanto os motoristas que trafegam pelo local. A plateia que mora nas imediações também é obrigada a conviver com a sonoplastia ensurdecedora que sai dos escapamentos envenenados das possantes motos que desfilam pra cima e pra baixo no palco a céu aberto.

Foto: PRF

Foto: PRF

A denuncia da leitora “LIZ” parece ter sido o ultimo ato da Policia Rodoviária Federal. Ela fez um “convite” em nome dos ‘kamikazes’ em nossa pagina de comentários, o qual foi aceito pelos homens da lei.

Depois de se infiltrar no elenco de “azes do guidon” e filmar os bastidores, inclusive de pontos estratégicos à margem da rodovia e constatar a veracidade das denuncias, os patrulheiros federais entraram em cena. Cerca de 70 artistas foram abordados. Dezoito deles tiveram suas motocas apreendidas e tiveram que dar autógrafos pela atuação fora do script da lei!

O espetáculo dos motoqueiros na Serra de Ipuiuna neste domingo,12, contou com a inesquecível ‘participação especial’ dos patrulheiros federais…!

 

Veja o ‘convite’ da leitora Liz aqui no blog na semana passada:

“CONVIDAMOS HONRADAMENTE:
Todos aqueles que têm falta de consciência e de pouco juízo, que adora se exibir em manobras radicais e de velocidade em vias publicar, ferindo assim a moral e a ética, ao burlar as leis de trânsito estabelecidas ao participar de corridas ou demonstração de perícia apenas por “ESPÍRITO DE EMULAÇÃO”. Trazendo transtornos, preocupações e medo aos corações de outros fiéis e responsáveis usuários dessa rodovia, que, em seus tímidos carrinhos, ou, em seus pesados e lentos caminhões de carga, ficam perplexos e admirados quando nós, em nossas “POSSANTES E CARAS MOTOCICLETAS”, os surpreendemos ao ultrapassá- los feito balas disparadas, demonstrando as nossas habilidades na pilotagem, sem incomodar se estamos infringindo a lei ao colocar em perigo as nossas próprias vidas e que poderemos causar danos ou uma grande tragédia a terceiros.
“BEM, NÃO CONTAMOS MESMO COM AS NOSSAS VIDAS! EGOISTAMENTE, QUE DIRÁ DA VIDA ALHEIA?!”
Estamos acima da lei, pois o nosso dinheiro pode comprar a nossa IMUNIDADE, assim podemos fazer desta JK a nossa PISTA DE CORRIDA, sem sermos incomodados pelas autoridades locais ou regionais.
Neste km compreendendo 66 aos 69 da JK até o mirante do alto da serra a PEDRA, não são vigiados pela polícia federal, pela polícia estadual ou municipal, o que nos dá o privilégio de nos sentirmos os “DONOS DA SITUAÇÃO” a P. R. F nunca aparece por aqui, talvez esteja ocupada demais ao fazer fiscalização aqueles condutores em seus lerdos fusquinhas, fáceis de serem parados e multados
Bem, ninguém poderá nos parar, somos tantos “VELOZES E FURIOSOS, VERDADEIROS ASES DO GUIDOM R, R, R, R, R!”
CONVIDAMOS A TODOS QUE NÃO TENHA O BOM SENSO:
Aos Sábados Domingos e feriados a vir participar de mais um episódio triste, decepcionante e um tanto quase trágico e mortífero a outros usuários desta JK, que são atormentados e atordoados nas primeiras horas da manhã pelos roncos turbinados de nossas possantes motocas envenenadas.

“CONVIDAMOS TAMBÉM OS SENHORES PREFEITOS LOCAIS E AS AUTORIDADES REPRESENTANTES DA LEI PARA NOS ASSISTIR MAIS DE PERTO NÃO COMO MEROS EXPECTADORES DAQUILO QUE É CONTRA A LEI. LEI ESTA CEGA PARA OS FORTES ENDINHEIRADOS E BOA PARA OS MENOS ENDINHEIRADOS, EM AGIR E PUNIR!”

Ass: Mister Patada”

Será que o alucinante espetáculo agora vai sair de cartaz…?

 

PM atropela formiguinha de bicicleta no São Camilo

Lucas do Couto: - Só a maconha é minha...

Lucas do Couto: – Só a maconha é minha…

Passavam os homens da lei pela Perimetral, na noite ainda criança de sexta, 10, quando avistaram um jovem pedalando uma bicicleta, com pinta de somongó. Ao ver a viatura do sargento Almeida e soldado Giovani, o biker sorrateiro engatou segunda na magrela e dobrou a serra do cajuru… Entrou desesperado como se fugisse do capeta pela Santa Catarina, virou para a Oliveira Jose Floriano pedalando tudo que podia, mas… Acabou caindo nos braços do sargento Silveira e do soldado Fabricio! Enquanto fugia com os homens da lei fungando no seu cangote, o jovem deixou pelo caminho uma sacola com 31 barangas de farinha do capeta. Na sola do tênis levava duas barangas de erva marvada!

Com a casa caída, Lucas Pereira do Couto alegou que apenas a maconha lhe pertencia, para satisfazer o próprio vicio.

– Comprei de um cara que não conheço – João Tapira certamente! – no Aterrado. Mas a farinha não é minha, não! – Garantiu ele ao piano do delegado de plantão.

Mas não teve choro e nem vela e nem fita amarela. Lucas P. do Couto, 20 anos, morador do Fátima I assinou o 33 e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

... E de quem seria a 'farinha do capeta'?

… E de quem seria a ‘farinha do capeta’?