“Cabrito”, drogas e perseguição na madrugada

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Estavam os patrulheiros na porta do quartel da MG 290 contando estrelas na madrugada, quando a motoca com dois ocupantes surgiu. Ao ver o sinal de parada, o piloto da motoca Honda 125 cinza, ao invés de reduzir, sinalizar e encostar, como todo motoqueiro que tem culpa no cartório, apertou o manete e acelerou tentando dobrar a serra do cajuru. Os patrulheiros aceitaram o desafio e teve inicio uma acirrada perseguição pelas ruas do bairro no final da madrugada. Sem se preocupar com sua segurança, o piloto saiu fazendo peripécias pela contramão, subiu nos canteiros, cruzou o bairro São João e quando entrou numa estrada vicinal perdeu a aderência com a pista de cascalho fino e estatelaram-se na poeira. Tiveram sorte; piloto e co-piloto sofreram apenas escoriações.

Enquanto pilotava em zigue-zague pelas ruas, desviando de arvores e de viaturas postadas nas esquinas, um deles dispensou o motivo principal da preocupação: um patuá com 12 barangas de farinha do capeta. O outro, que havia guardado a sua parte da droga dentro da cueca não teve tempo de dispensá-las. Seis barangas de pó ainda estavam nas entranhas de suas vestes.

Messias de Jesus Pereira ...

Messias Pereira  de Jesus Faria: A droga seria levada para Tocos do Mogi…

A motocicleta Honda cinza HRK-8529 de Tocos do Mogi, não tinha placa, não tinha licenciamento desde 2010 e seu piloto não tinha carteira! Se, na fuga, tivesse acontecido um acidente fatal os dois ‘mulas’ sem lenços e sem documentos, mas com drogas até a cueca, certamente ocupariam uma hora e meia do programa da Regina Casé no próximo domingo!

Tales Beraldo Rosa...

Tales Beraldo Rosa de Freitas: A droga seria levada para o bairro São João…

Messias Pereira de Jesus Faria, 21, o piloto, morador de Tocos do Mogi e Tales Beraldo Rosa de Freitas, 19, o co-piloto, morador do Jardim São João, foram examinados no Pronto Socorro do Regional e no raiar do dia chegaram à DP para sentar ao piano e assinar o 33. No final da manhã seguiram – desta vez em segurança – no Taxi do Magaiver para o Hotel do Juquinha.

 

Delegados de Pouso Alegre vão cruzar os braços..!

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O cidadão que for à delegacia de Policia de Pouso Alegre ou de qualquer outra do Estado de Minas Gerais nesta quarta feira ultimo dia de abril, vai encontrar todos os delegados lá… E poderá conversar com eles sobre a volta de Levir Culpi ao Galo; sobre a volta por cima do Tricolor Carioca que, salvo do rebaixamento por um golpe baixo do advogado da Portuguesa no ano passado, lidera sozinho o Brasileirão 2014; poderá falar sobre a Dique II que ficou parada cinco meses esperando um figurão do PT para inaugurá-la no dia 5 de maio; sobre o desleixo das pracinhas publicas de Pouso Alegre; sobre a flexibilidade da cauda do jacaré! Enfim, poderá jogar conversa fora o dia inteiro… Menos falar de assuntos policiais! Aliás poderá sim, desde que seja para falar dos assuntos de interesses da policia, não dos seus! É que os delegados estarão em “greve branca”!

Trata-se de um movimento dos delegados da policia civil mineira para chamar a atenção do governo para a valorização de sua classe. Neste movimento que prevê três dias de paralização aumentando gradativamente as horas, os dignos paladinos da lei pedem equiparação salarial com os Defensores Públicos, que ganham o dobro por menos horas de trabalho! E questionam:

“É justo quem prende ganhar a metade do salario de quem solta”?

      A greve branca dos delegados teve inicio na semana passada. Na quarta, 23, os ‘manjuras’ ficaram das 14h00 às 18h00 de braços cruzados. Nesta quarta, 30 ficarão das 10h00 às 18h00. No dia 07 de maio ficarão das 08h00 às 20h00. Neste ultimo dia do movimento, se o governo ainda não tiver dado o ar da graça ou ao menos acenado o lenço branco da paz, os delegados aproveitarão o cafezinho das catorze horas na sede do SINDEPOMINAS para avaliar o ‘interesse’ do governo em melhorar a segurança publica do estado, e, discutir novas estratégias para atingir seus objetivos.

– Queremos com esse ato forçar o governo a abrir “pauta de negociações” com a categoria… – Afirmou um dos veteranos delegados da Regional de Pouso Alegre filiado ao SINDEPOMINAS, coordenador do movimento.

Mas não ficarão de braços cruzados. Embora neste período não despachem, não emitam documentos, não conduzam depoimentos, não ratifiquem prisões e não realizem outras atividades exclusivas de sua competência, os delegados estarão nas delegacias, em seus gabinetes, à disposição do cidadão para falar da importância do trabalhado da categoria junto à população. O cidadão que entrar ao gabinete do delegado neste período poderá, por exemplo, além de tomar um cafezinho já pago pelo estado – de qualidade questionável apesar do inquestionável empenho e capricho das copeiras da MGS – saber que o Defensor Publico, aquele mesmo que está defendendo seu filho preso com meio quilo de farinha do capeta há dois meses, ganhará – com o aumento já aprovado para junho – R$ 16.022,94 para trabalhar seis horas diárias cercado de belas estagiarias da FDSM, num gabinete com ar condicionado. E saberá que ele, delegado de policia, que trabalha oito horas por dia para atender o cidadão muitas vezes com o inconfundível perfume de Severina do Popote ou com o pó branco correndo nas veias; que ele, delegado, que desce à baixada ou sobe a favela e abre portas no bico da botina para pegar o touro à unha, ganha R$ 7.970! Mas por quê? se ambos tem que passar o mesmo tempo no banco da escola e adquirir os mesmos conhecimentos jurídicos e provar isso num concurso publico! – Lembrando que o concurso para delegado exige ainda prova de aptidão física e curso preparatório de 720 horas-aula!DSC03118

Enfim, o cidadão que não tiver seus anseios atendidos nas DPs nestes dias de ‘greve branca’, poderão ao menos conhecer os anseios dos paladinos da lei.

Troca de tiros, cocaína e maconha no São João

Ítalo da Cunha Silva: - Comprei o cano porque estou sendo ameaçado pelo "Guilherme"...

Ítalo da Cunha Silva: – Comprei o cano porque estou sendo ameaçado pelo “Guilherme”…

Segundo a policia militar no final da semana passada houve troca de tiros entre dois desafetos em via publica no Jardim São João. As investigações levaram os policiais militares à bater na porta da residência do jovem Ítalo da Cunha Silva, 20 anos, residente na Rua Juiz de Fora. Ítalo não é muito letrado mas uma coisa ele sabe muito bem: para entrar em sua casa à procura do trabuco que andou assustando os moradores da vizinhança a policia precisaria de uma Ordem Judicial. No entanto, a titular o imóvel é sua tia Ana Lucia, e dona Lucia não compactua com a violência ou com qualquer outro tipo de crime. Por isso ela autorizou os homens da lei e entrar em sua casa e procurar o suposto trabuco. E eles encontram… Um revolver calibre 32 com oito azeitonas prontinhas para vomitar.

A arma municiada já seria suficiente para mandar Ítalo ver o sol quadrado no Hotel do Juquinha por 4 anos. Mas o buraco era ainda mais embaixo! Ao procurar o revolver os policiais encontraram razoável quantidade de droga no quarto do pistoleiro! Setenta e uma barangas de farinha do capeta e vinte e uma barangas de erva marvada!

 

Questionado sobre a procedência da arma de fogo e motivo para mantê-la sem registro em casa, Ítalo foi econômico nas respostas:

– Comprei a semana passada para me defender do Guilherme … Ele estava me ameaçando!

Ítalo Cunha Silva assinou o 12 da Lei 10.826 e o 33 da Lei 11.343 e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

A prisão do jovem pistoleiro e traficante Ítalo no final da tarde desta quarta, dia de São Jorge, no entanto, não põe fim às investigações da policia. Falta ainda enquadrar o outro pistoleiro que pretendia duelar com ele nas ruas do bairro São João. Ou quem sabe no salão de baile da Danceteria Maracanã…! O desafeto “Guilherme” citado pelo meliante Italo, segundo levantamentos da policia militar, trata-se de “Guilherme Henrique de Oliveira Lopes”. Foi ele que ‘duelou’ com o desafeto Michael Douglas de Miranda na madrugada do dia 14 de setembro do ano passado e venceu o duelo. Na verdade não foi bem um duelo, já que Michael Douglas não estava armado. Michael recebeu três tiros à queima roupa, dois no peito e um no queixo, no fim do baile e morreu ali mesmo no salão da danceteria.

Guilherme Henrique de Oliveira Lopes; O assassino do baile funk está el liberdade condicional desde o dia 11 de março, pelo assassinto do desafeto Michael Douglas Miranda no dia 14 de setembro na Danceteria Maracanã...

Guilherme Henrique de Oliveira Lopes; O assassino do baile funk está em liberdade condicional desde o dia 11 de março, pelo assassinato do desafeto Michael Douglas Miranda na madrugada do dia 14-09-2013, na Danceteria Maracanã…

Guilherme Henrique foi descoberto e preso pela equipe do delegado Gavião três dias depois. Desde então ele esteve hospedado preventivamente no Hotel do Juquinha. Mas, como ele mesmo disse em seu perfil no ‘face’, “a cana é longa não é eterna”! No dia 11 de março Guilherme retornou à liberdade. E, a julgar pelo andar da carruagem, à mesma vida torta de antes…

“O assassino do baile Funk” não foi absolvido do crime… Como é menor de 21 anos, tem residência fixa na comarca e não tem possui antecedentes, ele saiu em liberdade condicional para aguardar o julgamento. Se ficar comprovado que ele andou trocando tiros com o desafeto Ítalo, esse fato poderá ter um peso especial na balança do Homem da Capa Preta quando ele sentar-se no banco dos réus daqui um ano ou dois… É bom colocar as barbas de molho!

 

Policia Civil atropela mula na rodoviária

Robertinha, a "mula" de Machado: - É maconha, uai...

Robertinha, a “mula” de Machado: – É maconha, uai…

Estava o detetive Flavio no aconchego do seu lar no final da tarde deste domingo, 20 no meio do feriadão, quando seu celular tocou… Era um amigo oculto da lei, que sem delongas foi ponto dando a fita:

– Sabe a Robertinha? Aquela loirinha do cabelo liso, de Machado, que você anda na cola faz um tempão? … Então, ela acabou de embarcar num ônibus na cidade de Cambuí com destino à Pouso Alegre… Ela está levando uma mochila sinistra! Acho que é maconha…!

Era domingo à tarde, hora de trocar a rede pelo sofá da sala para assistir a rodada do brasileirão, mas o coração policial falou mais alto. Flavio jogou o chinelão de lado, trocou o bermudão listrado, escovou os dentes para tirar o gosto da loira gelada, penteou os poucos cabelos, ligou para o parceiro J.Antonio e lá foram para o terminal rodoviário de Pouso Alegre checar a informação do amigo oculto da lei. Quando Robertinha desceu sorrateira da jardineira verde branco da Auto Viação Cambuí, lá estavam os dois policiais para lhe dar as boas vindas.

– Olá Roberta… O que você trás aí nessa mochila? – Perguntou Flavio.

Pega de surpresa, sabendo que não escaparia de uma geral, que não adiantaria tentar tapar o sol coma peneira, sabendo que eles sabiam o que ela levava,  a jovem de 20 anos não deixou a peteca cair, não fez cara vitima… Foi franca!

– É maconha, uai…! Querem ver?

Era mesmo.

Maconha de péssima qualidade e mofada. Robertinha tinha que ser processada pela vigilância sanitária... Por levar mofo para os pulmão dos nóias!

Maconha de péssima qualidade e mofada. Robertinha tinha que ser processada pela vigilância sanitária… Por levar mofo para os pulmão dos nóias!

Quatro cavacos de erva marvada de péssima qualidade, mal embalada e cheirando mofo – certamente estava enterrada! – mas era maconha! Levada para a DP com as pulseiras de prata Roberta Carvalho Fidelis, moradora da cidade de Machado, mulher de traficante, contou parte de sua aventura:

– Eu fui buscar a droga em Cambuí. Peguei com um cara que eu não conheço. – Eu conheço, é o João Tapira…!! – Eu ia entregar para um cara que também não conheço, na rodoviária de Machado. – Deve ser o primo do João Tapira, o Gasparzinho…!

Sem saber quanto custou a droga, sem saber quanto ia ganhar para fazer o carreto e sem saber para quem iria entregar a erva em Machado, Robertinha sentou ao piano e assinou um 33. Agora a mula de Machado sabe que terá hospedagem gratuita no Hotel do Juquinha pelos próximos 5 anos… Sem descontar naturalmente as “brechas” da lei!

 

Alexsandro, o traficante que desceu pela chaminé

Taxi do Magaiver levantando 'bandeira 2' com destino ao Hotel do Juquinha...

“Taxi do Magaiver” levantando ‘bandeira 2’ com destino ao Hotel do Juquinha…

Estava o serralheiro “Jota” nos braços de Morfeu no aconchego do seu lar na Rua Juruá, no velho Aterrado, no final da noite de quinta, quando despertou com ruídos no seu telhado. Pôs-se a escutar imaginando que talvez fosse um gato tentando dar um ‘créu’ na sua gata! Ou talvez um pássaro noturno que calculara mal o voo e tivera que fazer um pouso de emergência… Mas pensando bem, o barulho parecia muito maior do que o de um gato, e, ave, só se fosse avestruz! Por alguns instantes Jota pensou que talvez pudesse ser o coelho da pascoa trazendo os ovos com antecedência… Mas lembrou-se que esse negocio de entregar presente através do telhado é coisa de Papai Noel!! E aguçou os ouvidos esperando o bom velhinho barbudo descer pela chaminé e dizer “hohoho”! E não é que ele desceu mesmo…!!!  Desceu em cima do fogão de lenha! Mas não disse “ho-ho-ho” não!!!  Disse: “ai,ai,ai”!!! E também não era bom, nem velhinho, nem barbudo e não estava trazendo um saco de presente! Mas desceu pela chaminé em cima do fogão de lenha…!  Era Alexsandro Batista dos Santos, morador da Sapucaí, prestes a completar 39 anos… E fugia da policia como o diabo foge da cruz!

Voce leu “Aviõezinhos capotam no Arvore Grande”? Aprendeu como distribuir drogas pela cidade e conseguir ludibriar os homens da lei 99 vezes? – Uma hora a casa cai, né? – Pois agora você vai aprender a montar uma “biqueira” e distribuir todo tipo de drogas sem cair nas malhas da lei. É tão simples quanto tomar bengala de velho! Basta tomar posse de uma casa abandonada ou uma obra em construção. Fazer um buraco no portão e ficar do lado de dentro de onde possa ver a chegada dos homens da lei!

Você não precisa ir até a clientela… Os nóias vão até você em busca da farinha!

Não se esqueça de receber primeiro a “ararinha vermelha” pra depois entregar a baranga… Alguns nóias são meio distraídos!

Se você perceber que tem boi na linha, até que o boi arrebente o cadeado do portão, você sobe no muro, atravessa alguns telhados e desce na rua de trás, belo e faceiro e ainda vai “tirar um pêlo” dos homens da lei oferecendo ajuda para arrombar o cadeado… Você não mora ali mesmo!

Esse modus operandi lucrativo e eficiente de distribuir drogas funciona em vários pontos da cidade!

Funcionou 99 vezes na Rua Juruá…

Na centésima vez a casa do Jota caiu. Quer dizer, o Alexsandro caiu na casa do Jota, em cima do fogão de lenha!

É que “pote tanto vai à fonte que um dia volta quebrado”! Desta vez, antes de bater no portão da casa abandonada, os homens da lei cercaram o quarteirão.

Você achou a historia interessante até aqui? Tem muito mais. Leia o que disse Alexsandro!

Quando os homens da lei chegaram à casa do serralheiro Jota, lá estava Alexsandro belo e formoso sentado à mesa da cozinha esperando ser servido o café. E contou sua historia com calma e serenidade:

– Pois é, eu conheço o ‘seu’ Jota de vista… Sei que ele é serralheiro. Ei vim aqui contratar os serviços dele. Dizem que ele trabalha muito bem…!

– Opa, eu não abri a porta pra você, não! – Interveio o serralheiro.

– Ah, não, foi um garotinho… deve ser seu filho. Ué, ele estava aqui agorinha mesmo! Foi ele que abriu a porta pra mim e ‘mandou eu’ esperar, seu Jota!

E não ficou vermelho!!!

Enquanto uma equipe de policiais oferecia as pulseiras de prata ao suposto cliente que viera do céu contratar os serviços do serralheiro, outra equipe varria o muquifo abandonado – agora abandonado mesmo! – pelo gato em teto de zinco quente e apreendia a droga que ele deixou para trás; 17 barangas de farinha do capeta e 5 de pedra bege fedorenta e outros indícios do trafico.

Alexsandro Batista dos Santos naturalmente jurou de pés juntos que a droga não é dele, pois ele nem mora lá! Não mora mesmo, mas também não foi entregar ovos de pascoa através da chaminé da casa do serralheiro! Juntando sua historia da carochinha com sua quilométrica capivara e dezenas de denuncias de amigos ocultos da lei, o delegado de plantão o enquadrou – mais uma vez – no 33. De manhazinha ele pegou o taxi do Magaiver e foi passar mais uma temporada no Hotel do Juquinha. Sem visitas de Papai Noel ou coelhinhos de pascoa…

 

Camisa branca leva trio para o Hotel do Juquinha

A "camisa branca" do Alex o levou de volta para o Hotel do Juquinha dezessete dias depois...! E levou com ele os amigo Luiz Claudio e o padrasto Gilmar...

A “camisa branca” do Alex o levou de volta para o Hotel do Juquinha dezessete dias depois…! E levou com ele os amigo Luiz Claudio e o padrasto Gilmar…

        Era para ser apenas mais uma blitz de rotina na MG 179. Mas estava tudo errado com os três amigos de Congonhal ocupantes do Gol vermelho. Primeiro o piloto Gilmar dos Santos não tinha carteira de motorista. Depois os patrulheiros encontraram maconha no porta luvas. Em seguida o maço de cigarros que Luiz Claudio Prado de Oliveira levava na algibeira estava recheado de cocaína. Com mais um aperto apareceram seis barangas de farinha do capeta na algibeira da bermuda do passageiro Alex Delgado de Almeida.

A ladainha do trio para justificar a posse da droga foi mais ou menos parecida;

– Nós saímos cedo de casa para trabalhar em Alfenas com fibra ótica. Compramos a droga para consumir em Congonhal…

A historia do trio até poderia ser vero! Mas o passado condena… Alex Delgado de Almeida, também conhecido pela alcunha de “Dimenor”, é figurinha fácil no álbum da policia. Estava em liberdade há duas semanas e meia… Deixara o Hotel do Juquinha no ultimo dia 01. E não é “primeiro de abril”!

Durante a abordagem e confecção do B.O. o celular apreendido em poder de Alex chamou varias vezes. A voz do outro lado da linha perguntava:

– E aê, mano tá chegando? Tá trazendo a ‘camisa branca’?

Juntando os antecedentes de Alex “Dimenor” Delgado com a conjuntura obnubilada do trio do Gol vermelho e o pedido de “camisa branca” via celular, o paladino da lei não teve medo de ser feliz, enquadrou o trio no artigo 33 da lei 11.343. O Hotel do Juquinha, agora com Salão Família recém inaugurado, recebeu mais três hospedes na quinta feira santa!

 

“Salão Família” … A sala de visitas do Hotel do Juquinha

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A ultima segunda feira, 14, foi dia de festa no Hotel do Juquinha! É que estava sendo inaugurado o tão sonhado “Salão Família”! Reinvindicação que vinha sendo feita pelos familiares de presos desde sua inauguração em novembro de 2009. Até então quem ia ao presidio a cada quinze dias visitar seus parentes, tinha que esperar horas na fila defronte o ‘majestoso hotel’ entregues às intempéries…

– Não tinha agua para beber, não tinha onde trocar uma fralda e nem onde fazer as necessidades fisiológicas. A gente tinha que fazer xixi no pasto ali em frente – diziam mães e esposas de presos.

O espaço chamado ‘salão familia’ foi construído pelos próprios presos com donativos de ‘parceiros’ – pequenos empresários que prestam serviços direta ou indiretamente ao presidio – e donativos das prefeituras de Pouso Alegre e Congonhal. Durou quase um ano, mas finalmente teve suas portas abertas ao publico na ultima segunda. A solenidade contou a presença do Superintendente da Sape – Superintendência de Atendimento ao Preso – dos colaboradores que receberam Certificado de participação na obra social e de familiares de presos. O ponto alto da solenidade no entanto, foi a execução de musicas pela Banda Fênix formada dentro do Hotel do Juquinha, composta de oito presos.

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– Com isso estamos procurando dar caráter humanitário à prisão – enfatizou o diretor Willian Abrete Pinto, que no próximo dia 25 de abril recebe a festejada “Insígnia Tiradentes”, pelos bons trabalhos realizados à frente do Hotel do Juquinha.

Banda Fênix: Presos ressurgindo das cinzas dentro dentro do Hotel do Juquinha.

“Banda Fênix”: Presos ressurgindo das cinzas dentro do Hotel do Juquinha.

O Salão Família conta com dois banheiros, fraldário, poltronas e bebedouros.

 

Presos são pegos com celular no “fi-ó-fó”

     

Persio Pereira Martins: Ele carregava a bateria...

Persio Pereira Martins: Ele carregava a bateria…

      Durante busca geral na cela, dois presos usaram um esconderijo pouco comum para guardar os celulares… O fi-ó-fó!

A gerencia do Hotel do Juquinha chegou até os presos através de denuncias de amigos ocultos da lei. Neste momento eles estão no Hospital Regional Samuel Libanio onde deverão passar por exames de Raio X e retirada dos aparelhos.

 

 Tudo começou no ultimo domingo quando o agente na guarita percebeu um ‘ovni’ sobrevoando o presidio durante o horário de visitas… Por falta de energia do E.T. que arremessou o óvni e desceu pasto abaixo em direção à BR 459 em desabalada carreira, o objeto voador não identificado aterrissou no telhado do prédio. Capturado pelos agentes, constatou se tratar de 7 aparelhos de celular com as respectivas baterias e dois carregadores em três pacotes diferentes. Como havia a probabilidade de um ou outro ‘ovni’ ter pousado em mãos estranhas no patio, o diretor de segurança redobrou a vigilância sobre seus hospedes. Nesta quarta, depois do banho de sol, todos voltaram para suas celas, exceto Persio e Jair… Eles foram levados para a recepção e convidados a “sentar no banquinho”! Tão logo encostaram o traseiro no aparelhinho detector de metais, ele começou apitar! Persio e Jair portavam objetos estranhos às normas internas do presidio. Jair levava o celular e Persio carregava a bateria, lá… no “fi-ó-fó”!

Apesar de ‘derrubados’ foi necessário que a radiografia no Hospital Regional mostrasse os objetos em suas entranhas para que eles admitissem o crime!

Jair Moura: levava o "celulá"...!

Jair Moura: levava o “celulá”…!

Ao contrario do que dissemos na ultima vez que falamos sobre o assunto aqui no blog, portar aparelho celular no interior do presidio é crime previsto no artigo 349 do CP c/c a Lei 12.012/2010, cuja pena oscila de três meses a um ano de detenção além das sanções administrativas.

A bateria estava bem guardada...

A bateria estava bem guardada…

Os celulares 'sobrevoaram' o Hotel do Juquinha e pousaram erradamente no telhado...!

Os celulares ‘sobrevoaram’ o Hotel do Juquinha e pousaram erradamente no telhado…!

Persio Pereira Martins, 38, oriundo de São Gonçalo do Sapucaí, preso desde julho do ano passado por furto, e Jair Moura, 43, oriundo de Teófilo Otoni, preso desde agosto de 2013 por furtos, não tem parentes próximo para visita-los. Agora ficarão também sem o banho de sol durante 30 dias…!

 

O Raio X confirmou o que o "banquinho"  "X9" ja dissera!

O Raio X confirmou o que o “banquinho” “X9” ja dissera!

Açougueiro mata colega de trabalho por causa de documentos

Luzivaldo "Ceará" Santos Lima já tentou matar um desafeto no Ceará e outro em Barueri-SP.

Luzivaldo “Ceará” Santos Lima já tentou matar um desafeto no Ceará e outro em Barueri-SP.

Eles moravam todos juntos no mesmo endereço na Rua Jose Agripino Rios, no Jardim Olímpico. Luizão, Branco, Diego, Rogerio, Ceará, Kiko, Vanderleia… Alguns trabalhavam no mesmo açougue nas imediações. Estavam acostumados com o aço frio da lamina da lapiana! Apesar de serem estranhos entre si, o objetivo comum de trabalhar e ganhar dinheiro para a subsistência e para a sedutora loira gelada os mantinha unidos. Até que…

– Meus documentos sumiram! Vou cortar o pescoço de quem pegou – Dizia Luzivaldo Santos Lima, 28, o “Ceará”, afiando a lamina fria do cutelo.

– O pescoço, não… Corta só um dedo ou a mão… – Dizia com deboche o companheiro Rogerio.

Na sexta à noite, depois do trabalho tiveram uma discussão de soltar faíscas, mas os documentos do Ceará não apareceram para acalmar os ânimos. Vendo que Ceará estava mesmo disposto a fazer com alguém o mesmo que fazia com patinhos, alcatras e contrafilés no açougue, Branco e Rogerio resolveram comunicar o fato ao patrão e pedir orientação. Não houve tempo… Quando voltavam do Espetinho ali perto, o açougueiro já havia derramado sangue. Usando uma faca de cozinha, ele havia desferido vários golpes no pescoço e abdome do companheiro Agenor Alves da Costa Junior, o “Kiko”!

– Eles eram os mais amigos… Viviam brincando um com o outro enquanto trabalhavam – disse Vanderleia, a irmã de Kiko, que ouvira os gritos agonizantes do irmão no portão de casa.

Após ferir mortalmente o amigo, Ceará foi direto ao Segundo Distrito Policial – Aisp 110, perto de sua casa, levando na mão a lapiana banhada no sangue do amigo e se entregou.

– Perdi a cabeça… Fiquei nervoso demais – Confessou ele ao piano do delegado Renato Gavião. E confessou também que havia abraçado duas loiras geladas e erva marvada antes de cometer o desatino.

Apesar de ter se entregado espontaneamente aos braços da lei, esta não é primeira vez que o açougueiro exercita suas habilidades com a lapiana em pessoas. Em Brejo Santos – CE, sua terra natal, ele já havia tentado mandar um desafeto para o andar de baixo. Em Barueri na grande São Paulo outro desafeto também sentiu o aço frio de sua lamina penetrar-lhe a carne. Ceará não tem certeza se as vitimas anteriores morreram ou se ficaram apenas feridas. Tais antecedentes no entanto, aliados ao motivo fútil pelos quais matou o colega de trabalho e de moradia, ele se credencia à hospedagem gratuita por pelo menos 12 anos no Hotel do Juquinha!

Os colegas de trabalho e de teto, Branco e Rogerio, arrolados no B.O., embora soubessem que o crime estava prestes a acontecer, não tiveram participação direta nele. Por isso prestaram seus depoimentos e foram liberados.

Agenor Alves “Kiko” da Costa Junior tinha mulher e dois filhos que pretendiam vir de Atibaia morar com ele… Não virão mais!

Simplório & Finório voltam a atacar em Pouso Alegre

'Seu" João foi abordado na famosa e movimentada Avenida Ver. Antonio da Costa Rios sob o sol quente da manhã

‘Seu” João foi abordado na famosa e movimentada Avenida Ver. Antonio da Costa Rios sob o sol quente da manhã

João, morador do velho Aterrado, disse que voltava do banco com a guaiaca recheada; R$ 3 mil, quando um guampudo simplório, com cara de ‘pelamordeDeus’, se aproximou e pediu ajuda para receber um premio de loteria. Como sempre, antes que ele explicasse que não estava interessado, apareceu Finório, moço de lábia fina, bem trajado e foi logo se oferecendo para ajudar Simplório a sacar seu premio na Caixa… Desde que ele lhe desse uma pequena porcentagem! Antes porém, foi aconselhando a falarem baixo, para não despertar a atenção de possíveis vigaristas que poderiam querer tomar seu dim-dim!

Conquistada a confiança do ‘seu’ João, Simplorio, o dono do bilhete ‘premiado’ prometeu dar a gorjeta em troca da ajuda, desde que fosse repartida entre os dois. Como sempre acontece nessa modalidade de golpe, Simplório pediu então uma prova de confiança… Ambos, ‘seu’ João e o moço fino de fala fácil, deveriam deixar com ele algum dinheiro que carregavam!

Sem problemas. Finório rapidamente exibiu um pacote de dinheiro bem dobradinho dizendo que eram dez mil reais que estava indo depositar no banco. – Desnecessário dizer que no pacote havia apenas uma nota de R$50. O resto era papel milimetricamente cortado, dobrado e amarrado com elástico! – Seu João, que a dupla estivera observando sacar os três mil reais no banco minutos antes, diante da possiblidade de multiplicar seu dim-dim por dez, também entregou suas economias, resultado de mais de quarenta anos de trabalho. E foram os três para a Caixa econômica sacar o premio do bilhete da quina. Foram no carro do Finório, ressabiados, conversando baixo para ninguém saber que levavam na algibeira um bilhete de R$ 300 mil. Até no ultimo momento usaram um argumento convincente para ludibriar o bom velhinho;

– Fica o sr. na fila de idosos, ‘seu’ João, assim seremos atendidos mais rápido – disse o esclarecido – e cara de pau – Finório!

Antes de chegar ao caixa ‘seu’ João percebeu que a dupla “Simplorio & Finório” não estava mais ali… Havia dobrado a serra do cajuru! Com eles dobrou também a sacolinha com os três mil reais que havia sacado uma hora atrás no banco do Brasil!

O enésimo “Conto do Vigario” foi registrado pela filha do ‘seu’ João muitas horas depois, ao pé da noite desta segunda,31, na DP.

Deu pena do ‘seu’ João! Mas é sempre bom lembrar que, se ele tivesse recusado os 10% do bilhete premiado, seu rico dinheirinho poderia estar agora esquentando debaixo do seu colchão…