Perseguição e tiros em Cachoeira de Minas

Estavam os policiais Marcus e Antonio Claret, o primeiro sentado sobre a motocicleta da policia civil, e o segundo ao lado da viatura policial, trocando figurinhas sobre os últimos acontecimentos policiais da cidade, às onze da noite de sexta, 27, na pracinha central de Cachoeira de Minas, quando por ali passou um Chevrolet Monza em velocidade incompatível com a via, tirando fina da moto do policial.

A reação foi imediata… Detetive e soldado saíram pelas ruas da cidade tentando abordar o motorista que parecia mamado!  Mas perderam a pista! E teria sido melhor se não tivesse achado…!

Meia hora depois Marcus estava sentado sobre a moto numa encruzilhada do bairro Alto das Cruzes tentando se comunicar com o soldado, quando eis que surge o mesmo Monza no mesmo ritmo! E passa levantando poeira! Levantou poeira também a azeitona quente que saiu da .40 do policial em direção à roda trazeira do Monza quando ele passou!

Alguns minutos depois finalmente o policial avistou o Monza parado… Do lado de dentro de uma porteira na entrada de uma propriedade!  Marcus se aproximou de arma em punho, se identificou e fez a clássica pergunta;

– Por que você correu da policia?

– Porque eu estava dirigindo bêbado, caralho!

– Ok, então mantenha as mãos onde eu possa ver e me dê sua carteira de habilitação…!

Neste momento o moço que se dizia chamar Reginaldo Rodrigues Lopes, conhecido pela alcunha de “Nego”, ‘cresceu’! Ao tirar a carteira do bolso ele a jogou no chão e foi em direção ao policial. Advertido para parar Nego continuou caminhando na direção do policial à meia luz do farol da moto! Mesmo com o primeiro tiro de advertência que se cravou a poucos centímetros dos seu pés, ele continuou se movendo… Até que sentiu o aço quente da azeitona .40 rasgando a carne da perna!!!

Mesmo ferido Nego sacou o celular e ligou para o vizinho Jose Evanildo dos Reis dizendo que estava ferido. Não tardou chegaram os vizinhos Jose Evanildo e o filho Junior. E aí, além de aumentar a tensão, começa a controversa!

Segundo o detetive Marcus, Jose Evanildo e o filho estariam armados e, depois de se identificar e determinar que baixassem as armas, ambos caminharam até a moto com intenção de apagar seu farol! Mais dois tiros saíram da pistola do policial como advertência! E teriam saído mais se a pistola não tivesse travado! O recurso foi se afastar do local e se esconder nas sombras da noite enquanto pedia reforço policial. Jose Evanildo e o filho alegam que não estavam armados!

A situação somente voltou às claras com a chegada, primeiro dos Bombeiros que socorreram Nego com um tiro na perna e depois, da policia militar, que chegou para dar apoio. Durante as buscas no local do imbróglio, perto da porteira onde balas de .40 sibilaram, tendo uma rasgado a perna do fujão Nego, os policiais não encontraram as supostas armas alegadas pelo detetive!

No inicio da madrugada todos sentaram ao piano do delegado Wellington Clair, na Delegacia Regional de Pouso Alegre. Na ausência de qualquer conduta típica por parte de Jose Evanildo e seu filho, o douto paladino da lei, professor de direito penal, mandou soltá-los.

Reginaldo “Nego” Rodrigues Lopes, depois de medicado, pagou três salários de fiança por dirigir mamado e desobedecer a ordem policial, e voltou para casa. O detetive Marcus teve a arma – do estado – recolhida e responderá por lesões corporais!

Tudo por conta de loiras geladas, da sedutora Severina do Popote e da ânsia de fazer cumprir a lei…!

 

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