Passavam os policiais pela João Sabino de Azevedo no velho Aterrado, às quatro da tarde de domingo, quando avistaram dois guampudinhos com pintas de somongós sentados na esquina, próximo a uma cerca viva e resolveram abordá-los.
Com os garotos havia apenas alguns trocados, talvez fruto do trafico. Há poucos metros deles, entranhados na cerca viva, os policiais encontraram um patuá de maconha e 17 barangas de cocaína.
Os garotos de 15 juraram de pés juntos que a droga não era deles. Mas foram levados para a DP, onde sentaram ao piano, assinaram um AFAI na presença dos pais ou responsáveis e foram liberados. Provavelmente voltaram para o mesmo lugar… Para continuar a vender drogas.
De acordo com a lei vigente, “dimenor” teoricamente não comete crimes, por isso não pode ser preso. Isso é rotina Brasil afora!
O que me chamou a atenção nesta historia corriqueira, foi o sobrenome de um dos garotos… G.! A.H.S.G. é filho de um dos personagens do livro Meninos que vi crescer!
Seu pai foi um dos primeiros meliantes que cansei de prender e aconselhar na década de 80. Aguinaldinho furtou e usou drogas desde a adolescência até contrair Aids!
Viveu metade da vida à custa do Estado e morreu com menos de cinquenta anos, tão pobre quanto foi sua vida de crimes. Morreu há três anos num quarto de hospital. A ultima energia que sobrou no seu corpo doente maltratado pelas drogas, ele usou para enrolar o fio da televisão no pescoço…!
Pelo jeito o garotão A.H.S.G., hoje com 15 anos, vai seguindo o mesmo caminho!