No final da tarde de chuva fina de sábado, a policia militar percebeu que três formiguinhas estavam preparando drogas para comercio num muquifo da Rua Maria Cerpa no velho Aterrado. Mais tarde, quando a noite fresca estendeu seu negro véu, outra equipe de policiais voltou ao local para uma visita de surpresa, sem dar tempo para os formiguinhas e aviõezinhos escorregar a droga para o buraco. No momento que os policiais mostraram os bigodes na porta do muquifo de um comodo só, o trio estava contando barangas e enchendo pinos de farinha do capeta. No pequeno deposito de drogas havia também uma balança de precisão, centenas de pinos vazios, para acondicionar a farinha e um suposto pé de maconha num vaso!
Os três formiguinhas surpreendidos com a droga na mão contaram cada um sua própria versão da historia da carochinha!
– Sei de quem é essa parada aí não, doutor… – Disse o “dimenor” Leo, 17 anos, que diz ainda ter vindo de Maranhão morar com um tio na cidade.
– A parada é minha doutor… – Eu peguei debaixo da ponte com uns nóias… – Disse o outro “dimenor’, W.R. 17 anos anos morador da Luiz Prudenciano Alves.
Diogo, o único imputável do trio, – completou 18 aninhos no dia 05 de novembro -jurou de pés juntos que nada sabia sobre a droga…
– Pegaram droga comigo não, doutor… Eu estava no muquifo, os ‘zomi’ chegaram, deram geral, não acharam nada, saíram depois voltaram com a droga…
– Voce já esteve preso antes?
– Só quando era ‘dimenor’, doutor. No 33. Mas eu parei…
Os dois ‘dimenor’, como de praxe foram entregues aos seus representantes legais. E a bucha, quero dizer, a bronca, sobrou para Diogo Ribeiro da Silva, 18 anos, useiro e vezeiro no trato com farinha do capeta desde a menoridade. Ele assinou seu primeiro 33 como penalmente responsável pelos seus tos e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.