Valdemir de Oliveira Silva: – Metade da droga era pra mim… A outra metade eu estava levando para meu colega de trabalho!

A prisão do funcionário da empreiteira Delft foi tão simples quanto a droga pura e natural que ele levava no bolso da jaqueta às seis da manhã desta terça 30. Quando ele passou pelo Posto da PRF no bairro Cruz Alta pilotando sua Honda Titan os patrulheiros já esperavam por ele. É que amigos ocultos da lei já tinham avisado que o tratorista costuma levar a erva para vender a alguns colegas de trabalho.
Ao ser pego com o tabletão de maconha no bolso, o tratorista Valdemir de Oliveira Silva, 42, morador do velho Aterrado, alegou que metade da droga era para seu consumo e metade estava levando para um amigo…
– Eu fumo maconha desde os 18 anos… Mas a metade desta erva eu estou levando para um colega de trabalho. Ele me deu R$ 20 para comprar a droga, ontem…
– Onde você comprou a droga?
– Comprei numa pracinha no Aterrado!
– Comprou de quem?
– Não conheço o cara que me vendeu, não…
Se você meu estimado leitor achou as declarações do tratorista extremamente simplórias, não se assuste! A maioria das pessoas que vende drogas acha que não está fazendo nada de errado… Para elas, traficantes são aqueles caboclos carrancudos, cinquentões, que moram em mansões, donos de carrões pretos, que ostentam imensos cordões de ouro no pescoço e andam cercados de meia dúzia de leões de chácara usando óculos escuros e armados até os dentes. Quem leva meia dúzia de barangas – ainda mais de maconha, uma droga quase inofensiva – prá lá e pra cá para lucrar uma merreca, na conta deles, não está cometendo crime e nem deveria ser alvo da policia!
Mas não é isso que diz o artigo 33 da famigerada Lei 11.343… Lá diz – entre outras coisas – que “trazer consigo” maconha é trafico!
Por isso o “inocente” tratorista, ainda com o uniforme da empresa na qual trabalha há anos, sentou ao piano, assinou o 33 e foi se hospedar gratuitamente no Hotel do Juquinha!