Pouso Alegre, cidade de médicos ‘marajás’

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Seria uma manobra para “queimar” os médicos brasileiros e assim poder trazer os cubanos que trabalham por muito menos!?

Seria estes médicos apontados pelo Portal capazes de trabalhar 48 horas por dia?

Ou estariam eles recebendo o pagamento de outros médicos que prestam tais serviços e repassando-lhes o pagamento para poupar burocracia e vinculo deles com a prefeitura?

 

A divulgação de pagamento de supersalarios – o dobro do que ganha a Presidente da Republica – causou um frisson na imprensa e na politica local. Como pode um medico ganhar mais de 40 mil reais por mês? – tem uma que recebeu mais de 70! – pergunta a população.

Os sobreditos médicos donos dos supersalarios não quiseram responder.

De Brasília, onde cuidava de alavancar o progresso e enriquecimento do município com o projeto ‘Aeroporto de Cargas’, o prefeito pego com a calça na mão, não soube responder. Natural… Afinal de contas, nas mazelas conjugais, o marido é sempre o ultimo a saber. Nas mazelas politicas o alcaide também é o ultimo a saber. No entanto, o ilustre alcaide que se fazia acompanhar de vasta comitiva que cuida dos interesses do município de Pouso Alegre na capital, poderia ter saído pela tangente, poderia ter respondido ao repórter algo do tipo;

– Desconheço esta situação, mas se ela existe vou determinar que seja investigada e tão logo seja esclarecida a população será informada. E, se houver alguma irregularidade, os responsáveis serão punidos!

A resposta à população será dada aqui...

A resposta à população será dada aqui…

Mas o nobre alcaide preferiu plagiar aquele barbudo que governava o brasil quando usava a faixa presidencial e agora governa sem ela, inclusive só de bigode! Aquele que inventou a ‘célebre’ frase “nunca antes na historia…”! Aquele que cansou de repetir diante dos microfones, inclusive sobre o Mensalão, “Eu não sabia de nada”! Estou com o nome dele na ponta do dedo, mas não aparece na tela! Pois é, o nosso alcaide, aquele que assina os cheques para pagar seus funcionários; aquele que busca verbas para obras na cidade e que portanto deveria saber para onde vai estas verbas, preferiu plagiar o dono do Brasil, desculpe, o tal ex-barbudo!

Mas se os médicos não querem e o alcaide não sabe responder à população, talvez eu possa ajudar… Senão vejamos:

Os médicos do ESF – são 23 ESFs no município de P.A. e outros tantos prometidos pelo prefeito até o final da atual gestão, mas nem todos tem médicos. Há casos em que um medico vai uma vez ou duas por semana ao ESF para assinar receitas. Não entrevista pacientes, não examina pacientes, não vê a cara dos pacientes crônicos, hipertensos, diabéticos, asmáticos e principalmente dos hipocondríacos…! Apenas assina as receitas que as agentes de saúde colocam sobre sua mesa, toma seu cafezinho preto, às vezes joga meia dúzia de conversa fora com a chefe de enfermagem ou com a faxineira no refeitório da Unidade e em meia hora vai embora –  são concursados ou contratados, ganham algo em torno de R$ 8 mil por mês para trabalhar 40 horas semanais e portanto tem vínculos com o município.

... ou aqui?

… ou aqui?

Já os médicos do Pronto Atendimento – geralmente são medicos jovens, recém formados em busca de pratica e dos primeiros salários para continuar os estudos (nada contra, desde que enquanto médicos façam um trabalho humano, onde o objetivo seja o sofrido e tímido paciente e não o seu salario) trabalham no sistema de “plantões”. Eles deveriam ser contratados ou concursados também, mas nem sempre o são. Ganham em média R$800 por plantão de doze horas – na região – exceto no carnaval, no Natal, no réveillon e feriados prolongados quando esse valor pode dobrar ou até triplicar, dependendo da demanda! Eles entram numa escala previa mensal, mas como não tem nenhum vinculo com a prefeitura, estão livres para aceitar melhores ofertas na região, por exemplo. E aí outros médicos são convidados na véspera ou até mesmo no dia do plantão, para tapar os furos na escala! Imagine a burocracia que é receber da prefeitura o pagamento pelas horas trabalhadas, com dedução de encargos trabalhistas tais como férias proporcionais, FGTS, Iprem, I.R.?

Para solucionar esta burocracia alguém teve a ideia: Efetuar o pagamento do ‘plantão’ prestado no nome de um medico efetivo! E ele faz o repasse ao medico que prestou o serviço! Como cada Pronto Atendimento tem dois médicos – um clinico geral e um pediatra – que prestam um serviço de 12 horas, temos portanto 60 plantões de R$ 800 por mês, o que equivale a R$ 48 mil. Pronto! Está criado o medico com “supersalario”! Naturalmente ele desconta o imposto de renda, mais um ‘pequeno ágio’ do medico plantonista para compensar o trabalho do repasse e está tudo bem! Quanto mais médicos houver para receber o repasse dos plantões e deixar o ‘pequeno agio’, melhor para o ‘supermédico!

Ora, mas se é tão simples assim, por que os aludidos médicos escrachados na reportagem da EPTV e o próprio alcaide em transito se esquivaram da imprensa?

Bem, esse é um esquema politicamente incorreto, não é mesmo? Aliás, ‘esquema’ em politica é sinônimo de maracutaia! Ademais não fica bem a uma administração que prega diuturnamente melhorias na área de saúde, admitir que nem consegue contratar médicos fixos!

E pode ser pior…!

Na década de 80, quando dirigia uma entidade promotora de eventos esportivos, recebi de uma prefeitura vizinha de Pouso Alegre um cheque, em pagamento de divulgação da tal gestão administrativa – mais precisamente do gestor!  Só que o cheque fora emitido por uma empresa de materiais de construção de Pouso Alegre! Na ocasião eu ainda era meio bobinho e comentei com meu contador…

-… Mas não deveria ser o inverso? Não deveria ser a prefeitura pagando a empresa pelos materiais fornecidos…?

E o contador, após um discreto sorriso interior com a minha ‘inocência’, arriscou uma explicação;

– É que às vezes a prefeitura compra materiais de construção de uma empresa por, digamos R$ 700, paga com cheque de R$ 900 e “pega o troco” para pagar outro material ou serviço sem ter que prestar contas…!

Certamente não é este o caso da prefeitura de Pouso Alegre com relação aos supersalarios dos médicos! Certamente os três médicos que receberam mais de dois milhões da prefeitura nos últimos meses fizeram o repasse de centenas de ‘plantões’ em Pronto Atendimentos do município a outras dezenas de médicos que não tem vinculo com a prefeitura! Certamente…

A proposto, será que podemos esperar do Secretario de Saúde – salvo engano o sétimo secretario nos últimos cinco anos – e dos vereadores uma explicação plausível para os “supersalarios”?

P.S. : Perdoem-me se notarem uma pontinha de sinismo e ironia na materia… É que falar de políticos, politicalha e suas mazelas dá uma certa alergia que provoca essa reação!

 

*** Abrace seu filho… Não deixe que as drogas o abracem!***

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