Assaltantes de Pouso Alegre confundem microempresário com batateiro ricaço e espanca a família inteira em busca do cofre… Que não existia!

        A família toda estava nos braços de Morfeu, às duas e meia da madrugada desta segunda, 6, quando os assaltantes arrombaram a porta do andar de baixo e entraram na casa. Edialeda A.M. e Silva, a dona da casa, sono leve, foi a primeira a despertar com os ruídos dos gatunos na sala. Ao descer para ver o que era deu cara com dois guampudos encapuzados de armas em punho. Aos seus gritos de terror acorreram o marido Celso Ribeiro, 49 anos e o filho do casal, Gustavo, 18. Ao deparar com invasores, pai e filho entraram em luta corporal com eles, pensando que se tratava de desafetos de Gustavo. Lutaram até Celso receber uma coronhada de revolver na cabeça e perceberam que eles estavam armados. Se renderam… E aí apanharam mais! Só então se deram conta de que era um assalto! Gritando como possessos para aterrorizar as vitimas, os assaltantes diziam que queriam o dinheiro que estava no cofre:

Giuliano Tadeu Rezende: Tentou sugurar a bronca sozinho.

– Cadê o dinheiro? Você é batateiro rico… Batata está dando dinheiro. Está montado na grana! Cadê o cofre?

        Não havia cofre e nem batateiro na casa…

– Eles apontaram as armas para as cabeças do meu marido e do meu filho, exigindo dinheiro e jóias, ameaçando atirar… – Contou Leda!

Bruno “Chupa Todas” Castro Reis, um dos quatro assaltantes presos pela PM

        Um dos bandidos voltou a agredir Celso com a coronha do trabuco e subiram todos para o andar superior do sobrado à procura do cofre fantasma. Para mostrar que estavam dispostos a levar as ameaças à cabo ou simplesmente para fazer pressão, um deles disparou um tiro no chão do quarto! Enquanto um obrigava Leda colocar objetos de fácil transporte numa sacola, o outro aos chutes e coronhadas trancou pai e filho no banheiro.

      Foi a salvação. Com ajuda do pai Gustavo galgou a janela do banheiro, saiu no quintal do vizinho Julio Cesar e com ele foi buscar a policia.

        Ao voltar para o local do sinistro, antes, mesmo da policia, Gustavo viu um Celta prata e um Gol prata saindo lentamente de sua casa. Optou por seguir o Celta, passando as informações à policia.

        Os bandidos foram avistados no acostamento da BR 459 próximo ao bairro dos Coutinhos, provavelmente trocando de roupas. O gol foi imediatamente abordado com dois assaltantes; Bruno e Emerson, enquanto o Celta empreendeu fuga pela estrada vicinal do bairro. Com apoio de outros policiais de Pouso Alegre a perseguição continuou madrugada adentro pelo bairro dos Coutinhos. Mais tarde o Celta foi abordado na mesma estrada com o assaltante Allyson.

       O sol já alisava o bigode quando Giuliano Tadeu Rezende foi preso tentando pegar o ônibus na margem da BR 459… de mãos vazias. O ultimo comparsa do assalto por engano ao ‘batateiro’ conseguiu dobrar a serra do cajuru.

       Depois de alguns ‘agrados’, Giuliano Tadeu Rezende, figurinha carimbadíssima no álbum da policia desde a puberdade, levou os homens da lei ao local próximo à estrada, onde havia deixado toda rês furtiva levada ‘na tora’ da residência de Celso/Leda, inclusive as camisetas usadas no momento do assalto.

       Ao piano do delegado Bruno Lopes, o quarteto de terroristas, moradores do barro São João, foi econômico nas declarações. Apenas Giuliano assumiu o roubo.

– Nós fomos à danceteria DG, depois resolvemos fazer a fita… – Declarou ele.

        Não adiantou tentar segurar sozinho a cabrita para os comparsas mamarem… Emerson “Ximbinha” da Silva Mendes, 19, anos, Bruno “Chupa Todas” Castro Reis, 23 anos e Allyson Garcia do Nascimento, 25 anos, além de Giuliano, todos tiveram que pegar no chifre grosso da lei e ir tomar o leite gelado no Hotel do Juquinha…!

       O quinto assaltante de Congonhal, conhecido apenas pela alcunha de “Marimbondo” conseguiu dobrar a Serra do Cajuru… – ou será que é a do Canta Galo? – Mas a batata está assando pra ele. Não demora ele irá sentir o quanto dói uma ferroada!!!