Incendiário de Conceição dos Ouros quer matar e suicidar

        A senhora Claudia Ferreira Francisco, 36 anos vive um terrível dilema conjugal. Ela é casada há dezessete anos com o cidadão Artur Francisco Neto, com o qual tem três filhos. Apesar de ele ser  apaixonado também pela tonteante Cannbis Sativa e pela sedutora Severina do Popote, eles vivem bem. Ou pelo viviam até dois meses atrás. Desde então Artur tem um comportamento agressivo e suicida. Treleu não deu ele ameaça matá-la.

Artur Francisco Neto: Eu não vivo sem ela, doutor...

Artur Francisco Neto: Eu não vivo sem ela, doutor…

       No mês passado, depois de agredir o filho imberbe e quebrar os moveis da casa, ele disse que ria se matar. Pegou uma corda e foi para o mato. Voltou tranqüilo duas horas depois com a corda enrolada no braço e foi dormir. No dia seguinte, quando ela chegou do trabalho, Artur pegou novamente a corda, foi para o fundo do quintal e se pendurou no galho de uma arvore! Tudo diante dos olhos suplicantes dela. Foi salvo por vizinhos que ouviram seus gritos e levado em estado grave para o hospital. Mesmo no nosocômio ele repetiu as ameaças à cara-metade:

– A sua batata vai assar…!

        Quando deixou o hospital, dias depois, Artur chegou em casa e com voz tétrica foi logo dizendo;

– Eu não morri… Eu vim te buscar!

         Fincou uma faca no colchão e dormiu depois de beber um litro de suco de gerereba no bico, repetindo as ameaças..

         No sábado, 04, Ao ver Artur com duas facas na cintura, Claudia foi dormir na casa de parentes. Quando chegou em casa no domingo pela manhã, tudo estava molhado. Artur havia espalhado álcool pela casa toda e ameaçava atear fogo. A casa toda não virou cinzas porque os vizinhos não deixaram e a policia chegou.

         Até onde nós apuramos, as crises de existência de Artur são motivadas pelas ameaças de Claudia de separar-se dele;

– Eu sou louco por ela… Não posso viver sem minha mulher – Disse ele no ‘corró’ da DP nesta segunda, aguardado o bonde para o Hotel Recanto das Margaridas em Santa Rita do Sapucaí.

        Apesar de a Lei Maria da Penha amparar a mulher dos destemperos dos ‘Brucutus’, exigindo que o agressor mantenha distancia pré-estabelecida dela e da prole, essa é uma garantia subjetiva, como são todas as leis – é proibido matar, mas o sujeito mata – A única maneira que a delegada de plantão encontrou para manter Artur longe da sofredora Claudia foi mandá-la para traz das grades. Por isso arbitrou fiança num valor fora do seu alcance… R$2 mil reais.  

       Pelo menos durante os próximos seis meses Claudia e as três crianças poderão dormir sem o risco de acordar num inferno de chamas… Livre do incendiário Artur!

 

* Agora cá pra nós, Autoridades de Conceição dos Ouros… Façam alguma coisa! Não esperem que a lei, fria e subjetiva, resolva o problema da família da Claudia Ferreira. Da próxima vez, pode ser que os vizinhos e a policia não cheguem à tempo de evitar a catástrofe!

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